Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2020
A Secretaria Estadual da Saúde de Minas Gerais elevou para 21 o número de casos notificados de intoxicação por dietilenoglicol atribuída ao suposto consumo de cerveja da marca Backer. De acordo com boletim divulgado nessa segunda-feira, pacientes da capital Belo Horizonte e de São João Del Rei, Viçosa, Ubá, Nova Lima e Capelinha apresentaram sintomas. Até agora, quatro pessoas morreram e 17 permanecem internadas em estado grave.
Ainda segundo o órgão, são 19 homens e duas mulheres que apresentaram os sintomas. Ao menos quatro ocorrências foram confirmadas, ao passo que as 17 restantes continuam sob investigação. Conforme as autoridades mineiras, apenas a Polícia Civil tem a tecnologia necessária para fazer exames e confirmar com precisão se os pacientes em internação foram contaminados pelo composto químico.
Por esse motivo, justifica a Secretaria, a confirmação dos demais casos ainda não foi possível. “É rara a intoxicação por dietilenoglicol. A gente não sabe em relação a sequelas, evolução. Existe a possibilidade de que estes pacientes se recuperem, mas pode ser que também tenham sequelas”, disse a infectologista e diretora do Hospital Eduardo de Menezes Virgínia Antunes de Andrade.
Sintomas
Os sintomas começam a se manifestar nas primeiras 72 horas após a ingestão. Como primeiros sinais de intoxicação por dietilenoglicol, especialistas apontam dores abdominais, náuseas e vômitos, evoluindo para um quadro de alterações neurológicas e insuficiência renal.
Já o tratamento é feito no hospital, com monitoração, e tem como antídoto o etanol. Além disso, os pacientes precisam passar por hemodiálise, para retirada do organismo dietilenoglicol e dos metabólicos produzidos.
Interdição
Após o registro dos casos, a cervejaria Backer foi interditada, precisou recolher seus produtos e interromper as vendas de todos os lotes produzidos desde outubro do ano passado. A diretora da empresa disse que não sabe o que está acontecendo e pediu que, por precaução, os consumidores não bebam a cerveja, até que a situação se resolva.
O governo de Minas Gerais, por sua vez, criou um portal para informar sobre intoxicação. À Justiça, a Backer já apresentou um vídeo com suposto indício de sabotagem, como possível causa para a contaminação de 32 lotes de 11 rótulos diferentes do produto.
Mortes
– Confirmada: Paschoal Dermatini Filho, 55 anos. Ele estava internado em Juiz de Fora e morreu em 7 de janeiro. A morte causada por dietilenoglicol foi confirmada;
– Investigada: Antônio Márcio Quintão de Freitas, 76 anos. Faleceu no hospital Mater Dei, em Belo Horizonte;
– Investigada: Milton Pires, 89 anos. O seu óbito foi confirmado pela Secretaria Estadual da Saúde na última quinta-feira, também no hospital Mater Dei;
– Investigada: Maria Augusta de Campos Cordeiro, 60 anos. A morte havia sido notificada pelas autoridades da Saúde de Pompéu, mas confirmada pelo governo do Estadual somente no final da semana passada.
