Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2018
Coceira intensa e vermelhidão na região genital são dois dos sintomas da candidíase, infecção que normalmente afeta as mulheres. Durante o verão os casos da doença aumentam, já que elas costumam ficar com biquínis molhados por mais tempo por causa da praia e da piscina.
“O fungo que causa a candidíase está presente no corpo humano desde o nascimento, no entanto, quando há queda de imunidade, mudança do pH, aumento da agressão externa, uso excessivo de roupas de banho molhadas por muito tempo ou calça que aperte a região genital, pode ocorrer a proliferação dos fungos, desencadeando corrimento esbranquiçado e ardor ao urinar”, explica Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis.
Um ambiente quente e úmido é tudo o que o fungo precisa para se reproduzir e provocar a infecção. A Candida Albicans é o agente que normalmente causa candidíase. “É importante ressaltar que você não adquire o fungo na praia, mas apenas dá para ele um ambiente favorável para se desenvolver rapidamente”, esclarece o ginecologista e obstetra Élvio Floresti Junior.
Para se prevenir, Renato orienta secar a região íntima após trocar a roupa molhada e evitar substâncias que podem gerar um processo alérgico ou um desequilíbrio da flora vaginal como protetores diários e papéis higiênicos perfumados. Ao surgirem os sintomas, o ideal é procurar um ginecologista para o diagnóstico. “O tratamento é feito com cremes vaginais fungicidas associados ao tratamento oral. Caso a ocasião não permita que a pessoa busque ajuda médica rapidamente, outra opção são os tratamentos com banhos de assento feito com bicarbonato de sódio ou ácido bórico”, recomenda Élvio.
Como se prevenir
Evite ficar, por muito tempo, com roupas íntimas e de banho molhadas. O ideal é trocar assim que sair do mar ou da piscina.
Prefira usar calcinhas de algodão em vez de tecidos sintéticos.
Tente evitar o uso de calças apertadas e jeans. Opte por saias e roupas mais leves para não apertar a região.
Durma sem calcinha para ajudar a ventilar a região genital.
Não lave as calcinhas com sabões em pó e amaciantes, pois estes produtos podem conter alguma substância que pode irritar a região íntima.
Roupas íntimas
Uma pesquisa feita pela universidade DeVry Metrocamp, de Campinas (SP), constatou que até 10 mil microrganismos podem ser encontrados em roupas íntimas, mesmo depois de lavadas. Foram analisadas 52 peças, sendo 27 novas e 25 usadas, após a lavagem. A pesquisa analisou cuecas, calcinhas e sutiãs recém-comprados e após as lavagens e identificou microrganismos relacionados a infecções urinárias, de pele e intestinal.
Nas peças novas, 85% tiveram crescimento de bactérias e 29%, além das bactérias, apresentaram contaminação por fungos. Nas cuecas, de cinco amostras analisadas, quatro estavam contaminadas, uma delas contendo mais de 100 bactérias. Os microrganismos encontrados foram Staphylococcus saprophyticus e Cândida albicans.
Já as calcinhas, todas as 14 amostras estavam contaminadas. Em uma delas, foram encontradas 250 bactérias,e aStaphylococcus aureus foi a mais comum. Também foram analisadas cinco peças íntimas infantis, que mostraram contaminação em 90% dos casos.
Nas peças usadas, 92% das amostras estavam contaminadas com microrganismos e nos sutiãs foram encontradas as bactérias E. coli, Candida krusei e proteus mirabilis, que são relacionadas a infecções urinárias, de pele, intestinal e de garganta. Já nas calcinhas e cuecas, foram encontradas as bactérias E. coli, K. pneumoniae, Acinetobacter baumani, S. saprophyticus, S. aureus, Proteus mirabilis e Cândida.
“Os microrganismos encontrados são provenientes do ambiente e chegam às peças íntimas através da água usada na lavagem, do ar, do ambiente doméstico, quando ficam guardadas em gavetas sem higienização e também pelo próprio usuário”, explica Rosana Siqueira, bióloga especializada em microbiologia e pesquisadora responsável pelo estudo.
Segundo a pesquisadora, o ideal é que as peças sejam lavadas, passadas com ferro sem vapor e guardadas em local limpo e arejado. Além disso, ela indica usar sabão neutro e não deixar as roupas íntimas secarem no banheiro.