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Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2019
A Controladoria-Geral da União cassou a aposentadoria do médico Valdemar Lichtenfels, do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina, por improbidade administrativa e abandono do cargo.
A punição é resultado de Processo Administrativo Disciplinar e a decisão foi publicada no Diário Oficial da União de 29 de outubro.
Valdemar trabalhava no Hospital Universitário desde 1991.
A investigação apontou que ele deixou de comparecer aos plantões de sua responsabilidade entre 2004 e 2012, e pagava a outro médico para substituí-lo.
A Corregedoria-Geral da União também encontrou informações falsas na ficha de frequência do médico, como registros nos horários de trabalho em dias que ele estava trabalhando em outros lugares.
Ainda segundo a CGU, ele recebia o salário integral, mesmo sem cumprir a carga horária de 20 horas semanais.
Valdemar se aposentou em maio de 2015.
Fraudes
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) já investigava, desde novembro de 2018, irregularidades no processo de revalidação, monitoria e abertura de vagas da Universidade Brasil, alvo da Polícia Federal por fraudes no ingresso de alunos no curso de Medicina, na obtenção de financiamento e de bolsas, além do exame de revalidação de diplomas (Revalida).
As informações foram divulgadas pela assessoria de comunicação do Cremesp. A instituição reguladora possui cinco sindicâncias em curso, originadas a partir de denúncias recebidas pelo órgão, e compartilhou suas informações sigilosamente com a Polícia Federal e a Secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo.
Além de Fernandópolis, outras unidades da rede de ensino, em oito municípios paulistas, foram alvo de averiguação do Cremesp. A conselheira Flávia Casseb, responsável pela Delegacia Regional do Cremesp de São José do Rio Preto e região, disse que “o suposto esquema extrapolou os limites de Fernandópolis, de São Paulo e chegou a outros estados do País”.
Além disso, o Cremesp decidiu abrir sindicância para investigar a possível participação de 25 médicos do Estado no suposto esquema de fraudes da Universidade Brasil.
“Não significa que esses profissionais, necessariamente, estejam envolvidos com algum ato ilícito. Mas é importante sabermos de que forma esses profissionais prestavam serviços nas unidades ligadas à Universidade Brasil e como funcionava a preceptoria ofertada aos alunos de Medicina”, disse Flávia Casseb.
A Universidade Brasil foi alvo da Operação Vagatomia, deflagrada pela Polícia Federal no dia 3 de setembro, para apurar fraudes no ingresso de alunos no curso de Medicina da instituição, na obtenção do Fies (Financiamento Estudantil do Governo Federal) e de bolsas do ProUni (Programa Universidade para Todos) e na venda irregular de vagas de transferência para os cursos de complementação do exame Revalida.
Nota da universidade
“A Universidade Brasil abriu sindicância interna e está colaborando com as investigações das autoridades, fornecendo tudo o que possa ajudar a elucidar os fatos mencionados na notícia.
Uma nova diretoria assumiu a gestão da universidade, que está revendo todos os ingressos e transferências de alunos e obtenções de financiamentos e bolsas de estudo nos últimos dois anos. As irregularidades encontradas resultarão em anulação de atos e contratos.
A Universidade Brasil é uma das mais respeitadas do País, com história de credibilidade e qualidade de ensino. Tanto que seus cursos têm tido altas notas do Ministério da Educação. O curso de Medicina do Campus Fernandópolis, por exemplo, recebeu nota 4 do MEC na mais recente avaliação.
Assessoria de imprensa da Universidade Brasil”