Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2025
A ação ocorre em um cenário de juros elevados, reforço de renda e recordes de inadimplência.
Foto: ReproduçãoA CDL Porto Alegre realiza, de 24 a 29 de novembro, o Super Feirão Zero Dívida 2025, uma das maiores iniciativas do Estado voltadas à renegociação de débitos. Nesta edição, mais de 4,5 mil empresas participam da campanha, que será totalmente digital e acessível para consumidores de todo o Rio Grande do Sul. A ação ocorre em um cenário de juros elevados, reforço de renda e recordes de inadimplência. Em 2024, o feirão encaminhou R$ 8 milhões em negociações, o que reforça sua relevância como instrumento de recuperação financeira para famílias e empresas.
Segundo o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, o momento exige atenção redobrada dos consumidores. A taxa Selic está em 15% ao ano, o nível mais alto desde 2006, pressionando o custo do crédito e ampliando o comprometimento da renda com juros. “A cada R$ 100 gastos pelos brasileiros, R$ 28,50 são destinados ao serviço da dívida — é o maior índice em duas décadas. Com isso, é essencial aproveitar condições diferenciadas de renegociação para aliviar o orçamento e reorganizar a vida financeira”, afirma.
Dados da CDL POA mostram que os índices de pessoas físicas negativadas seguem em alta, atingindo 35,79% no Rio Grande do Sul e 36,58% em Porto Alegre — máximas históricas desde o início da série, em 2022.
Mesmo diante desse cenário, há fatores favoráveis à regularização dos débitos. O mercado de trabalho permanece aquecido, com desemprego de 5,6% no Brasil e 4,3% no RS. Além disso, medidas do governo federal e do governo estadual ampliaram o poder de compra no curto prazo, como o pagamento antecipado do 13º para servidores estaduais e o reforço de programas sociais como Gás do Povo e Luz do Povo.
“Além de aliviar o orçamento das famílias, a renegociação é fundamental para a economia. A inadimplência responde por 20,9% do custo do crédito no País. Quando ela cai, o risco diminui e os juros de mercado tendem a acompanhar, permitindo uma dinâmica mais saudável para consumidores e empresas”, destaca Frank.
O economista ressalta também que as empresas se beneficiam ao aderir ao feirão, com maior previsibilidade de fluxo de caixa, recomposição de receitas e fortalecimento do relacionamento com os clientes.
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