Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de maio de 2025
A atual chance de a Câmara instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é zero, na avaliação de integrantes do Centrão. Apesar de a CPI estar praticamente “enterrada” na Casa, contudo, parlamentares do grupo político que dá as cartas no Congresso ainda veem possibilidade de avanço de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Esse cenário deixa o governo Lula, neste momento, nas mãos do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem dito que há uma fila de pedidos de instalação de CPIs, quando questionado sobre o assunto. A fala é vista como uma sinalização de que o deputado não abrirá a investigação, que tem potencial de desgastar a gestão petista.
Alcolumbre, contudo, ainda não se pronunciou publicamente sobre o tema. O senador, que emplacou na semana passada o novo ministro das Comunicações, ainda negocia com o Palácio do Planalto indicações para agências reguladoras e insiste na demissão do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, seu desafeto. A prerrogativa de instalar uma CPMI, que reúne deputado e senadores, é de Alcolumbre porque o presidente do Senado também acumula o cargo de presidente do Congresso Nacional. Procurado, ele não respondeu.
A coleta de assinaturas para abertura da CPMI está sendo feita pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Segundo as organizadoras do movimento, já há apoio suficiente, mas o requerimento só deve ser protocolado no próximo dia 20, com a justificativa de aumentar ainda mais o número de signatários.
Magno Malta
Em outra frente, durante pronunciamento no Plenário na quinta-feira (8), o senador Magno Malta (PL-ES) pediu a criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar supostos descontos indevidos em aposentadorias. O parlamentar relatou ter se reunido com representantes da associação de aposentados de seu estado e denunciou que muitos beneficiários do INSS, especialmente trabalhadores rurais, estão tendo valores descontados sem explicações claras. Ele também acusou o Ministério da Previdência de omissão e cobrou responsabilização do ex-ministro da pasta, Carlos Lupi.
“Eu não sabia, o Brasil não sabia dessa ignomínia, desse assalto, desse comportamento infame de quem tem vida nababesca, vivendo nababescamente em cima da miséria de quem não tem aposentadoria nem para comprar remédio. No caso dessa minha tia [amputada], a aposentadoria dela não dá nem para comprar remédio mais. […] Essas pessoas estão sendo assaltadas. O senhor Lupi – Lupi e a sua trupe – precisa ser preso. Essa CPMI tem que sair, porque é uma CPMI de causa. Não é uma CPMI contra o PT, não é uma CPMI contra o PDT, é uma CPI contra ladrões, contra ratos do dinheiro público, rato de esgoto, gente sem sentimento, tarados por dinheiro – que fazem qualquer negócio”, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da Agência Senado.