Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Variedades Cerca de 1% das pessoas detesta sexo. Nova pesquisa mostra o que faz uma pessoa agir assim

Compartilhe esta notícia:

Pessoas que não fazem sexo podem ser vulneráveis ​​a problemas de saúde mental, solidão, constrangimento social e desvantagens econômicas. (Foto: Reprodução)

Sexo é importante. Relacionamentos românticos, geralmente sexuais, costumam estar entre os relacionamentos mais importantes na vida das pessoas, proporcionando uma série de benefícios pessoais, de saúde, sociais e econômicos.

Mas e as pessoas que não fazem sexo?

Em um novo estudo, meus colegas e eu analisamos as diferenças entre adultos maduros que nunca fizeram sexo e aqueles que fizeram. Descobrimos que a ausência de sexo está associada a uma série de fatores genéticos, ambientais, físicos e mentais – mas ainda há muita coisa obscura.

Vida sem sexo

Algumas pessoas – frequentemente descritas como “assexuais” – simplesmente não desejam sexo. No entanto, aqueles que o fazem, mas não conseguem encontrar parceiros adequados e dispostos, podem ser vulneráveis ​​a problemas de saúde mental e solidão, constrangimento social e desvantagens econômicas (por exemplo, por não morarem com um parceiro). Pessoas envolvidas em culturas “incel” (celibatárias involuntárias) online podem até correr risco de radicalização.

Por isso é importante entender mais sobre as pessoas que não fazem sexo. Conhecer as características associadas à assexualidade ajudaria a compreender suas causas e consequências. Pode até mesmo subsidiar estratégias para remover barreiras que impedem as pessoas de encontrar relacionamentos satisfatórios.

Para descobrir mais, estudamos cerca de 400.000 residentes do Reino Unido com idades entre 39 e 73 anos, e outros 13.500 residentes australianos com idades entre 18 e 89 anos. Cerca de 1% dos homens e mulheres não tinham feito sexo. Foram examinadas associações entre ausência de sexo e genes, ambiente social e vários traços físicos, cognitivos, de personalidade e saúde mental.

Proporções de sexo e desigualdade de renda

Descobrimos que homens assexuados tendem a viver em regiões do Reino Unido com relativamente menos mulheres. Tanto em homens quanto em mulheres, a assexualidade era mais comum em regiões com maior desigualdade de renda.

Yasmin Brunet, Angelina Jolie, Gracyanne Barbosa e Virginia Fonseca: famosas que exibem veias saltadas
Essas novas descobertas se alinham às de um estudo anterior sobre postagens de “incel” nas redes sociais. O estudo constatou que elas tinham maior probabilidade de se originar de regiões dos Estados Unidos com relativamente menos mulheres e maior desigualdade de renda.

Bem-estar e outros fatores

Também procuramos características que eram mais comuns entre pessoas que nunca fizeram sexo. Indivíduos assexuados tendiam a se sentir mais nervosos, solitários e menos felizes, e recebiam menos visitas de amigos e familiares. Também eram menos propensos a ter alguém em quem confiar ou a acreditar que a vida tem sentido.

Essas descobertas confirmam o entrelaçamento entre sexo e bem-estar. Pessoas que nunca fizeram sexo tendem a usar menos drogas e álcool, são mais instruídas e começaram a usar óculos desde mais jovens.

Homens com menor força de preensão e menor massa muscular nos braços (indicadores da força geral da parte superior do corpo) apresentaram menor probabilidade de terem feito sexo. Não houve tais correlações entre as mulheres.

Estereótipos familiares

O padrão geral que observamos entre pessoas assexuadas — inteligentes, bem-sucedidas academicamente, com menos força física e mais isolamento social — se alinha com os estereótipos existentes de menor sucesso romântico, especialmente na adolescência.

No entanto, usar óculos desde cedo e outras características estereotipadas como “nerds” podem atrapalhar as experiências amorosas na adolescência. Isso, por sua vez, pode afetar a confiança romântica na vida adulta.

Nenhum gene para assexuação

Também tínhamos dados genéticos de todos os participantes. Isso nos permitiu analisar se as diferenças genéticas estavam associadas à prática ou não de relações sexuais.

Usando o que é chamado de análise de associação do genoma inteiro, descobrimos que os genes eram responsáveis ​​por 15% da variação na prática sexual dos indivíduos.

No entanto, não houve genes individuais com grandes efeitos. Em vez disso, houve muitos genes, cada um com efeitos minúsculos.

Ligações com inteligência, introversão e outras características

Nossas análises genéticas também nos permitiram detectar correlações genéticas com quaisquer outras características que tenham sido analisadas geneticamente, mesmo que em estudos separados. Uma correlação genética indica que os genes associados a uma característica também estão associados a outra característica.

Dessa forma, encontramos uma série de ligações interessantes entre a assexualidade e outras características.

Em particular, houve uma forte correlação genética não apenas com a educação, mas também com a inteligência medida. Houve também correlações com maior renda e status socioeconômico.

A ausência de sexo também foi geneticamente correlacionada positivamente com introversão, transtorno do espectro autista e anorexia. No entanto, foi geneticamente correlacionada negativamente com transtornos relacionados a drogas e álcool, além de depressão, ansiedade e TDAH.

Causa e efeito são difíceis de discernir

Os resultados pintam um quadro complexo. Um aspecto importante da incerteza é o que causa o padrão de associações que encontramos.

Por exemplo, não ter feito sexo pode causar infelicidade. Mas a infelicidade também pode dificultar a busca por um parceiro, ou um terceiro fator pode causar infelicidade e dificuldade em encontrar um parceiro.

Outro aspecto da incerteza é que os participantes apenas relataram se já haviam feito sexo, não se já haviam desejado sexo. Muitos indivíduos assexuados na amostra podem ser assexuados.

No entanto, alguns desses resultados são difíceis de explicar pela assexualidade – por exemplo, a ligação com a proporção local de homens e mulheres e a associação negativa com a força masculina. Nossos resultados provavelmente refletem uma mistura de assexualidade voluntária e involuntária.

Um passo à frente

O estudo representa um grande avanço na compreensão da assexualidade. No entanto, uma avaliação mais detalhada do desejo e da sexualidade será fundamental para melhor caracterizar como a assexualidade se relaciona com a interação entre genes, ambientes locais, sexualidade e cultura.

Estudos com mais pessoas usando métodos mais avançados também podem ser capazes de separar causa e consequência.

Não deve haver julgamento de valor sobre indivíduos que não fazem sexo, seja voluntariamente ou não. Ao estudar essa característica, buscamos apenas uma compreensão mais profunda, que geralmente beneficia todos os envolvidos.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Variedades

Veja o que fazer em Washington, cidade muitas vezes ignorada por turistas; capital americana abriga alguns dos principais museus e prédios do país
Menopausa muda muito a pele? 2 mitos e 2 verdades que toda mulher deve saber sobre esse período
https://www.osul.com.br/cerca-de-1-das-pessoas-detesta-sexo-nova-pesquisa-mostra-o-que-faz-uma-pessoa-agir-assim/ Cerca de 1% das pessoas detesta sexo. Nova pesquisa mostra o que faz uma pessoa agir assim 2025-12-14
Deixe seu comentário
Pode te interessar