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Saúde Cerca de 7 milhões de mulheres brasileiras têm endometriose

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A endometriose afeta cerca de 10% das mulheres brasileiras, mais frequentemente nas idades de 25 a 35 anos. (Foto: Reprodução)

O útero repete o mesmo processo todos os meses: o tecido que reveste esse órgão, o endométrio, descama e é eliminado com o sangue da menstruação – isso, claro, quando a mulher não engravida. Algumas vezes essa menstruação reflui, levando endométrio para outros órgãos do aparelho reprodutor feminino, como trompas, útero e ovários ou algumas vezes até o intestino e bexiga, causando uma reação inflamatória crônica.

É a endometriose, que além de provocar dores muitas vezes incapacitantes na mulher, pode ainda causar infertilidade. Segundo a Febrasgo, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, estima-se que 50% a 60% de adolescentes e adultas com dores pélvicas e até metade das mulheres diagnosticadas com infertilidade sejam afetadas pela doença.

“A endometriose é uma doença muito comum. E quando você fala que ele atinge de 10 a 15% de mulheres em idade reprodutiva, isso significa mais de sete milhões de mulheres brasileiras”, explica Maurício Abrão, coordenador da Ginecologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

1) Quais são os sintomas da endometriose, como é que ela evolui, quais são os sintomas, como é que as mulheres podem ser diagnosticadas?

Essa doença tem um grande impacto na vida da mulher: É a principal causa de dor pélvica, é a principal causa de absenteísmo, que é a ausência ao trabalho, e uma das causas principais de infertilidade feminina. São seis os principais sintomas da doença, é o que a gente chama de ‘6 d´s’: dismenorreia, que é a cólica menstrual, em geral severa ou incapacitante; a dor entre as menstruações; a dificuldade pra engravidar; a dor na relação sexual na profundidade; a dor pra evacuar na menstruação e a dor pra urinar na menstruação.

2) Quando as mulheres identificam esses sintomas elas têm que buscar o ginecologista ou só se os sintomas se repetem durante muito tempo? Por que a cólica é uma coisa comum, às vezes a mulher sente um pouco de dor no período menstrual. Qual o principal sinal de alerta?

O alerta ele pode vir da combinação dos sintomas, da severidade ou persistência deles. Então isso passa a ser super importante. Para você ter uma ideia, 40 a 50% das adolescentes que têm cólica incapacitante podem ter endometriose. Então é importante que o médico e o agente de saúde observem isso e que a própria paciente procure assistência médica quando houver essa combinação ou sintomas com uma intensidade um pouco maior.

3) Quais são os tipos de tratamento que existem hoje pra endometriose?

Os tratamentos da doença podem ser clínicos ou cirúrgicos. O tratamento clínico se baseia no uso de analgésicos, anti-inflamatórios, medicações hormonais e até algumas medicações alternativas que podem tratar o sintoma da doença. Mas o problema é que o tratamento clínico não costuma tratar a doença em si. A gente não espera de um tratamento clínico uma redução dos focos de endometriose.

Então, baseado nisso, existem hoje situações em que a gente indica o tratamento cirúrgico da doença e isso normalmente é feito por laparoscopia, que é uma cirurgia minimamente invasiva em que a gente vê os focos da doença e retira. Mas aqui temos um ponto importante: não é sempre que a cirurgia deve ser indicada e é o especialista que deve saber indicar ou não o procedimento cirúrgico. Outro ponto importante: a doença tem que ser vista por um especialista em endometriose e não pelo ginecologista geral ou pelo não-especialista, porque senão o risco de um tratamento incorreto é muito grande.

4) As cirurgias evoluíram nos últimos tempos, ou seja, estão menos invasivas?

Houve uma incrível evolução das técnicas cirúrgicas pro tratamento das doenças, há a laparoscopia, que é uma cirurgia minimamente invasiva, a qualidade da imagem melhorou, os instrumentos que se utiliza melhorou também. Em situações específicas como, por exemplo, quando há endometriose ovariana, a gente consegue usar alguns tipos de laser.

Existe, ainda, os chamados algoritmos terapêuticos pra se definir quem precisa de cirurgia e quem não. Esses algoritmos vão contemplar a intensidade do sintoma, o local da doença, e tudo isso lastreado por um bom exame clínico e exame de imagem, que é a grande evolução que aconteceu nos últimos anos, principalmente aqui no Brasil.

5) Endometriose é sempre sinônimo de infertilidade?

A endometriose pode gerar infertilidade numa frequência variável. Estima-se que talvez 50% das pacientes com endometriose possam ter infertilidade. E por que essa infertilidade acontece? Por aderências. A tuba uterina, que são as trompas, ficam obstruídas, seja por fatores hormonais, por dificuldades do embrião em grudar na cavidade uterina. Em situações avançadas, quando a paciente engravida, há um risco aumentado de abortamento.

Então o binômio infertilidade-endometriose a gente sempre tem que considerar, por isso que eu citei que é possível que essa seja uma das, se não a principal causa da infertilidade feminina. E aí a gente vai selecionar o tratamento não só olhando pra dor, mas olhando também pra dificuldade pra engravidar.

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