Terça-feira, 10 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 6 de setembro de 2015
Onze das 17 autoridades e ex-autoridades do governo Dilma Rousseff chamadas a se explicar sobre as “pedaladas” fiscais elegeram um culpado para os atrasos de repasses aos bancos oficiais: o ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin. O jornal O Globo teve acesso a todas as defesas protocoladas no TCU (Tribunal de Contas da União) por ministros, presidentes de bancos oficiais, coordenadores do Tesouro e outros gestores. A maioria responsabilizou Augustin pelo represamento dos repasses.
Três subordinados do então secretário ressaltaram nas defesas entregues que “cumpre ao secretário do Tesouro Nacional estabelecer a programação financeira mensal e anual do Tesouro Nacional”. O argumento foi utilizado pelo subsecretário de Política Fiscal do Tesouro, Marcus Pereira Aucélio; pelo coordenador-geral de Programação Financeira, Marcelo Pereira de Amorim; e pelo coordenador-geral de Operações de Crédito, Adriano Pereira de Paula.
Os dois primeiros foram além e afirmaram que as liberações de recursos para o Bolsa Família “estavam relacionadas ao secretário do Tesouro Nacional” e que a responsabilização feita pelo TCU “exorbita suas competências como agente público em face às competências regimentais da Secretaria do Tesouro Nacional”.
A responsabilização do ex-secretário foi feita ainda pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Já o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, e a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, informaram ao TCU ter feito sistemáticas cobranças ao Tesouro por repasses.
“A acusação das “pedaladas” passou a integrar o processo que analisa as contas de 2014 de Dilma. A oposição planeja usar um possível parecer pela rejeição para pedir o impeachment da presidenta, que ganhou mais tempo para se explicar sobre outras supostas irregularidades no processo. (AG)