Domingo, 18 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2025
Ao todo, a suspensão dos embarques do frango brasileiro de todo o território nacional atinge cinco países
Foto: Reprodução/EnvatoA lista de países que suspenderam a compra de carne de frango do Brasil aumentou nesse sábado (17) com as adesões de México, Chile e Uruguai. Os três países decidiram interromper todas as importações do produto do Brasil por causa da identificação de um foco de gripe aviária no município gaúcho de Montenegro. É o primeiro registro da doença em aves de uma granja no Brasil.
Ao todo, a suspensão dos embarques do frango brasileiro de todo o território nacional atinge cinco países. Na sexta, China, União Europeia e Argentina já haviam decidido paralisar as importações de carne de frango e subprodutos de aves de todo o Brasil por causa do alerta de influenza aviária de alta patogenicidade.
Já o Japão, um dos maiores importadores do país, decidiu suspender os embarques apenas de produtos vindos da cidade de Montenegro. Há expectativa do governo brasileiro de que Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita anunciem uma suspensão parcial, válida apenas para o Rio Grande do Sul.
Também nesse sábado a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) afirmou que o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil marca uma nova etapa na presença do vírus no país. Até então, a doença havia sido registrada em território brasileiro apenas em aves silvestres e de criação caseira. Mas ressaltou que o consumo de frango e ovos segue seguro.
O Brasil é o maior exportador de frango no mundo e o terceiro maior produtor. As suspensões temporárias dos embarques estão previstos nos protocolos sanitários acordados entre o país e os parceiros comerciais.
“Todos os quase 150 países para os quais exportamos aves e derivados foram notificados da ocorrência do caso assim que o foco foi confirmado”, explicou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua.
Outros acordos também preveem a restrição à certificação para exportação de produtos de todo o território brasileiro em ocorrência de gripe aviária, caso da Coreia do Sul, do México e da Rússia. Esses países ainda não responderam ao comunicado do Brasil, segundo Rua.
Na avaliação do secretário, as suspensões totais às exportações de carne de aves e derivados do Brasil são temporárias e tendem a se reverter em embargos regionais, ou seja, restritos ao raio de 10 quilômetros de onde o caso foi detectado, ao município de Montenegro ou ao Estado.
“Cada caso é um caso. Muitos países suspendem o Brasil como um todo como medida de precaução inicial. Quando veem que o caso está contido e recebem mais informações, eles migram para regionalização de raio, município ou Estado. Como estamos cumprindo os procedimentos corretamente, notificamos a OMSA, comunicamos os países e estamos adotando medidas sanitárias necessárias, acreditamos que logo devem caminhar para regionalização”, prevê o secretário.
Barreira sanitária
O governo do Rio Grande do Sul afirma que, com a confirmação do foco de gripe aviária, iniciou ações do Plano Nacional de Contingência da Influenza Aviária, que prevê isolamento de área no município de Montenegro, eliminação das aves restantes da granja infectada e protocolo de desinfecção do local.
Além disso, as propriedades rurais localizadas em um raio de dez quilômetros do foco serão vistoriadas pelo Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul. Há, ainda, a instalação de sete barreiras sanitárias, sendo seis de desinfecção e uma de bloqueio. O Zoológico de Sapucaia do Sul (RS), cidade que fica a 50 km de Montenegro, foi fechado por tempo indeterminado após ter aves silvestres encontradas mortas. Os torneios e eventos de aves no Rio Grande do Sul também foram cancelados preventivamente.
O risco de transmissão da doença para seres humanos é considerado baixo. Apesar disso, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul tem monitorado as pessoas que puderam se expor aos animais infectados, em especial os trabalhadores das áreas afetadas. Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.