Por Redação O Sul | 14 de outubro de 2025
A China vai impor sanções contra cinco subsidiárias ligadas aos Estados Unidos da construtora naval sul-coreana Hanwha Ocean. O anúncio ocorre em meio às tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, o que fez as ações da empresa despencarem.
A medida do Ministério do Comércio da China ocorre no mesmo dia em que China e Estados Unidos implementam taxas portuárias adicionais sobre os navios um do outro – embora a China tenha isentado embarcações construídas por ela.
Organizações e indivíduos na China estão proibidos de realizar transações, cooperação ou atividades relacionadas com as unidades da Hanwha, disse o ministério em comunicado.
“As subsidiárias da Hanwha Ocean relacionadas aos EUA auxiliaram e apoiaram atividades investigativas do governo americano, comprometendo assim a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China”, afirmou o ministério, sem fornecer mais detalhes.
As ações da Hanwha Ocean encerraram o pregão em queda de 5,8% após o anúncio, enquanto a concorrente HD Hyundai Heavy recuou 4,1%.
A Hanwha não respondeu aos pedidos de comentário da Reuters.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul afirmou que está avaliando o impacto das sanções e que pretende dialogar com a China, com outros ministérios e com o setor industrial para minimizar as consequências.
Em agosto, a Hanwha anunciou um investimento adicional de US$ 5 bilhões no estaleiro Philly Shipyard, adquirido em 2024 por US$ 100 milhões, após o governo sul-coreano prometer injetar até US$ 150 bilhões para ajudar os EUA a revitalizar sua indústria naval doméstica.
O governo do presidente, Donald Trump, afirmou que os Estados Unidos precisam do apoio de aliados como Japão e Coreia do Sul para reerguer o setor de construção naval, que está atrasado em relação à China — especialmente na produção de navios de guerra.
A concorrente doméstica da Hanwha, HD Hyundai Heavy Industries, a maior construtora naval do mundo, também está em negociações com empresas para adquirir estaleiros norte-americanos, informou a Reuters em setembro.
De acordo com documentos da empresa, a Hanwha opera um estaleiro na província oriental chinesa de Shandong, que produz módulos de componentes navais. Esses módulos são enviados ao estaleiro da empresa na Coreia do Sul para a montagem final.
O governo Trump anunciou neste ano planos para impor taxas sobre navios ligados à China, com o objetivo de reduzir a influência de Pequim sobre a indústria marítima global e fortalecer a construção naval dos EUA.
A China revidou na semana passada, afirmando que imporá suas próprias taxas portuárias sobre navios ligados aos EUA no mesmo dia em que as tarifas americanas entrarem em vigor.
Pequim declarou que as medidas dos EUA contra seus setores marítimo, logístico e de construção naval representam “uma grave violação do direito internacional e das normas fundamentais das relações internacionais.”
