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| Cientista acredita que talvez haja vida nos confins do Sistema Solar

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Carly Howett trabalha desde 2012 na missão New Horizons. (Foto: Reprodução)

A cientista planetária Carly Howett, do Southwest Research Institute, no Colorado (EUA), acredita que talvez haja vida nos confins do Sistema Solar. Ela trabalha desde 2012 na missão New Horizons, da Nasa (agência espacial americana), sendo uma das responsáveis pelas análises dos primeiros mapas coloridos de Plutão. Confira uma entrevista com ela.

Recentemente, a Nasa anunciou a detecção de água congelada em Plutão. Qual a importância dessa descoberta para a humanidade?

Carly Howett – Nós já esperávamos por isso. Pelas análises em solo, era provável que a baixa densidade de Plutão fosse causada pela presença de água congelada, mas, até chegar lá e ver, eram só especulações. Agora, nós confirmamos. Com essa informação, sabemos melhor como essa substância está distribuída pelo Sistema Solar. A água, sobretudo a líquida, é muito importante sob a perspectiva da Astrobiologia para pensar sobre como a vida pode estar distribuída no Sistema Solar, se ela existir além da Terra. Essa visão geral nos mostra que até mesmo em Plutão existe água, apesar de ser em forma de gelo, e nos diz que, sim, talvez haja vida até nos confins do Sistema Solar.

E o gelo em Plutão é vermelho? É isso mesmo?

Carly – Sim! A imagem que divulgamos foi em preto e branco, com o azul apenas para destacar os reservatórios. Na verdade, a região onde encontramos o gelo é bastante avermelhada. Não é azul ou branca, como vemos aqui na Terra.

Há alguns anos, a busca era por água em outros planetas. Agora, encontramos água, ao menos congelada, em todo o lugar. Como se explica isso?

Carly – Nossos instrumentos estão se tornando melhores e estamos explorando novos corpos. E nós sabemos um pouco mais sobre o que podemos encontrar, então, mandamos instrumentos específicos. A busca principal dos astrobiólogos é por água líquida, o ingrediente mais importante para a vida, mas que nós não devemos encontrar em Plutão. A descoberta é muito importante, até porque estamos encontrando água de Marte a Plutão. Realmente, descobrimos muita água este ano.

Vocês também anunciaram a detecção de uma neblina azul em Plutão. Quais as implicações dessa descoberta para os cientistas?

Carly – Existiam teorias diferentes sobre como a atmosfera de Plutão deveria ser. Algumas pensavam que o corpo seria tão frio que a atmosfera estaria colapsada. Outras indicavam a presença de uma atmosfera, o que se comprovou. Mas nunca esperávamos que fosse azul! É interessante. Não vemos tantos pores do Sol azuis no Sistema Solar. Provavelmente, a cor está relacionada com o tamanho das partículas em suspensão, que devem ser minúsculas para permitirem a passagem da luz. Mas é tudo muito recente, precisamos analisar melhor os dados.

Aliás, quando vocês receberão todas as informações captadas pela missão New Horizons?

Carly – A espaçonave vai continuar nos enviando dados ao longo do ano que vem. Nós esperamos fazer o download da maior parte das informações até o fim de janeiro, se tudo correr como o planejado.

E quanto tempo para analisar todos esses dados?

Carly – A Voyager alcançou os planetas externos há 30 anos e nós continuamos analisando dados coletados por ela. Nós vamos analisar os dados da New Horizons pelos próximos 50 anos, estou certa disso. Na medida em que melhorarmos o nosso entendimento sobre o Sistema Solar, vamos voltar a essas informações para procurar algo de novo. Até porque não teremos outra missão a Plutão por um longo período.

Qual a importância da missão New Horizons para a astronomia?

Carly – A partir de agora, nós podemos dizer honestamente que temos uma boa ideia sobre todos os grandes corpos do nosso Sistema Solar, com exceção de Ceres e alguns satélites. Nós nem sabíamos quão grande era Plutão até a New Horizons chegar lá. No panorama geral, a missão nos ajuda a compreender a nossa História, de como o Sistema Solar evoluiu. (AG)

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https://www.osul.com.br/cientista-acredita-que-talvez-haja-vida-nos-confins-do-sistema-solar/ Cientista acredita que talvez haja vida nos confins do Sistema Solar 2015-10-31
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