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Brasil Cientistas brasileiros almejam descobrir se remédios amplamente usados para o tratamento de hipertensão e de insuficiência cardíaca aumentam o risco de agravamento do coronavírus

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Os resultados devem estar disponíveis entre seis e oito semanas. (Foto: Getty Images)

O estudo é realizado pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e analisará dados de 500 pacientes. Ele deve ser o primeiro entre os seis sobre o tema no mundo a ter resultados publicados em revista científica com revisão por pares, explica o coordenador Renato Lopes, pesquisador do Idor e da Universidade de Duke (EUA), e professor de cardiologia da Escola Paulista de Medicina. Os resultados devem estar disponíveis entre seis e oito semanas e prometem facilitar o tratamento da doença e evitar complicações para as pessoas com distúrbios cardiovasculares — um dos grupos de risco da doença.

Os medicamentos tomados por muitos hipertensos e cardíacos atuam sobre o principal alvo do coronavírus, os receptores da enzima conversora de angiotensina (ECA-2). Esses remédios — conhecidos como inibidores de enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores de receptores de angiotensina (BRA) —, são muito empregados no tratamento de insuficiência cardíaca e no controle da hipertensão. São remédios de amplo uso, como captopril, losartana e enalapril.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia e as demais sociedades internacionais da área não recomendam a interrupção sem prescrição. Mas existem grandes dúvidas sobre sua relação com a Covid-19. Há pesquisas que indicam risco aumentado e outras, ao contrário, benefícios.

O incremento da expressão da ECA-2 poderia aumentar a ligação das células com o vírus. Entretanto, há estudos que indicam que esse aumento da ECA-2 poderia ser protetor. Não existe confirmação para qualquer uma dessas teorias.

“A pergunta só pode ser respondida por um estudo clínico randomizado. Isto é, com seleção aleatória sobre que paciente mantém os remédios e qual deixa de tomá-los. Além disso, quem analisa os resultados não sabe o que o paciente tomou. Isso permite que a análise seja a mais precisa possível”, salienta Lopes.

Dúvidas sobre remédios

O estudo reúne pacientes de 34 hospitais de todas as regiões do país e é randomizado. Isto é, os pacientes são escolhidos pelo sistema para tomar ou não essas drogas. O objetivo é avaliar o impacto da suspensão dos remédios no tempo de internação hospitalar e na mortalidade de pacientes com Covid-19.

“Essa é uma doença nova e há muitas dúvidas. Mas estamos convencidos que nosso estudo, que analisa os casos de pacientes com Covid que receberam, ou não, essas drogas, trará as respostas”, diz a pesquisadora do Idor Renata Moll Bernardes.

A coordenadora da área de cardiologia da Rede D’Or São Luiz, Olga Ferreira de Souza, frisa que é muito importante oferecer logo resposta para as dúvidas porque muitos pacientes cardíacos, por medo, têm suspendido por conta própria essas medicações. E isso, ao invés de protegê-los, acaba os colocando em risco de problemas cardíacos.

“Parar de tomar esses remédios expõe o paciente a complicações cardíacas potencialmente graves, não relacionadas à Covid-19. Então queremos sanar logo essas dúvidas e estamos otimistas”, diz Olga.

Frentes de pesquisa

A pesquisa sobre drogas e complicações cardiovasculares é parte de um programa do Idor contra a Covid-19, que inclui o comportamento do coronavírus, testes de medicamentos, estudos clínicos em pacientes com câncer e doenças do coração, terapias celulares, epidemiologia, complicações neurológicas, exames de imagem e saúde mental.

O programa recebeu R$ 20 milhões do Idor e o instituto pretende fazer parcerias para dobrar esse valor. Participam todos os 50 hospitais no Brasil da Rede D’Or São Luiz, além de outros hospitais públicos e privados e colaborações com universidades.

A presidente do Idor, Fernanda Moll, explica que uma das linhas de pesquisa busca identificar substâncias que possam indicar se um paciente com Covid-19 corre o risco de agravamento. São os chamados biomarcadores e sua identificação promete salvar vidas. Outro estudo em andamento investiga o comprometimento do sistema nervoso central pela doença.

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