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Por Redação O Sul | 10 de março de 2017
Cientistas disseram na quinta-feira (9) que desenvolveram uma vacina para proteger chimpanzés e gorilas ameaçados de extinção contra o Ebola, que matou dezenas de milhares de macacos selvagens em três décadas.
A vacina é administrada oralmente, disseram os desenvolvedores, o que significa que poderia ser disfarçada em alimentos oferecidos aos animais – um método mais fácil e menos traumático do que o uso de dardos.
“Nossos parentes mais próximos estão sendo levados rapidamente à extinção por doenças como o Ebola, pela caça comercial e pela perda de habitat, e somos responsáveis por grande parte disso”, disse Peter Walsh, da Universidade de Cambridge, que participou da pesquisa.
“Agora temos esta tecnologia que pode ajudar a salvá-los, e há uma obrigação moral de fazê-lo”, disse à AFP.
Em testes de laboratório com dez chimpanzés, a vacina, chamada filorab1, mostrou-se segura e gerou “uma resposta imune robusta” ao vírus do Ebola, relataram pesquisadores na revista Scientific Reports.
Walsh está desenvolvendo agora um sistema para colocar a vacina em iscas que os macacos possam comer na natureza. Só então a vacina poderá ser lançada, primeiro para gorilas e mais tarde para chimpanzés.
O Ebola foi identificado pela primeira vez no que era então o Zaire – hoje República Democrática do Congo – em 1976.
Desde então, ocorreram vários surtos da doença, que é fatal para todos os membros da família dos primatas, incluindo os humanos. Uma vacina que funcione em uma espécie de primata provavelmente será eficaz para todos eles.
O Ebola “já matou cerca de um terço dos gorilas do mundo”, disse Walsh – o que representa “dezenas de milhares” de animais.
Pelo menos 15 vacinas para combater o Ebola em humanos estão sendo desenvolvidas por laboratórios em todo o mundo. Em dezembro passado, a Organização Mundial da Saúde disse que uma delas pode ser “até 100% eficaz” e poderia estar disponível em 2018.