Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2017
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta quinta-feira (25), que o governo estuda meios para estimular que grupos pequenos e médios ocupem espaços no mercado de carnes e reduzam a concentração no setor. Maggi explicou que seu ministério já mapeia plantas industriais que estão fechadas para uma possível reativação e criticou a crise gerada pela JBS após a delação dos sócios e executivos da companhia.
Nos últimos anos, impulsionado pela política do governo federal, nas gestões Lula e Dilma, de criar grupos “campeões nacionais”, a concentração no setor de carnes aumentou consideravelmente. Os dois principais frigoríficos brasileiros, JBS e Marfrig, receberam um grande empurrão do BNDES para fazer aquisições de empresas menores e provocar uma consolidação no setor. A política sempre recebeu muitas críticas de especialistas, por dar condições desiguais de crescimento para alguns grupos escolhidos.
Segurança
O ministro admitiu que os compradores estão preocupados com concentração do mercado de carnes em mãos de poucas empresas, o que pode gerar problemas de segurança alimentar caso haja problemas como o ocorrido com a JBS.
“O Brasil precisa reavaliar isso.” Já há problemas aparecendo com criadores de gado, que começam a temer vender seu produto para a JBS. O ministro não disse, no entanto, como poderia ser feito o incentivo a outros grupos para entrarem no mercado.
Maggi reafirmou, ainda, que houve perda de confiança de clientes com a carne brasileira, após a Operação Carne Fraca, e admitiu que outras investigações devem ocorrer.
Segundo o ministro, com a crise recente e a dificuldade de o governo reagrupar a base no Congresso, “não há mais ambiente” para que o projeto de compra de terras por estrangeiros inicie tramitação, bem como “coloca em compasso de espera” a renegociação da dívida do Funrural dos produtores rurais. (AE)