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Mundo Com escassez de mulheres, os chineses importam noivas do Paquistão

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Tendência é resultado de quase três décadas da política de filho único na China. (Foto: Reprodução)

A China tem uma das proporções entre homens e mulheres mais fortemente distorcidas no mundo, com 106,3 homens para cada 100 mulheres, de acordo com o Banco Mundial. Diante deste cenário, os chineses começaram a importar noivas do Paquistão.

Essa tendência é resultado de quase três décadas de rigorosa aplicação da política de filho único na China e uma preferência por meninos em vez de meninas — combinação que causou um número incontável de abortos forçados e de infanticídios femininos.

Os custos humanos a longo prazo desse desequilíbrio de gênero só recentemente vieram à tona, e estão tendo um impacto muito além das fronteiras da China.

Nas últimas semanas, o Paquistão recebeu denúncias de que pelo menos 150 mulheres foram levadas para a China como noivas sob falsas promessas.

Muitas não só ouviram mentiras, mas, em alguns casos, foram forçadas à prostituição. Outras disseram que foram levadas para trabalhar em bares e clubes, uma prática inaceitável na cultura muçulmana conservadora do Paquistão.

Conforme os meninos da era da política do filho único começaram a chegar à idade para casar, a demanda por noivas estrangeiras como Kanwal aumentou, mesmo enquanto o governo chinês afrouxava restrições em suas regras para nascimentos.

As preocupantes acusações de tráfico humano são mais uma consequência da crescente presença chinesa no Paquistão, seu aliado de longa data, que aproximou-se ainda mais pelo aumento em seus laços econômicos — incluindo o projeto de infra-estrutura do Cinturão e da Rota da China.

Mais chineses estão chegando ao Paquistão como trabalhadores e investidores. Na capital, Islamabad, lojas e outros negócios começaram a atender especificamente a eles.

O governo paquistanês reprimiu os agentes que teriam organizado os casamentos, prendendo pelo menos duas dúzias de chineses e paquistaneses e acusando-os de tráfico humano. A embaixada chinesa negou que as noivas paquistanesas estivessem sendo maltratadas na China.

Mas o grupo de defesa dos direitos humanos HRW (Human Rights Watch) disse no mês passado que as acusações de tráfico eram “perturbadoramente semelhantes” a padrões do passado, em que mulheres de outros países asiáticos pobres — Coreia do Norte, Mianmar, Camboja, Laos e Vietnã — foram levadas para a China como noivas e submetidas a abusos.

“Tanto o Paquistão quanto a China deveriam levar cada vez mais a sério evidências de que mulheres e meninas paquistanesas correm risco de escravidão sexual”, escreveu Sophie Richardson, diretora do HRW na China, em seu site.

Investigadores paquistaneses disseram que homens na China pagaram aos corretores para que organizassem casamentos com mulheres locais. Até a realização dos casórios, eles permaneciam em casas alugadas no Paquistão. Os homens cobriram os custos das cerimônias e, em alguns casos, pagaram às famílias das mulheres o equivalente a milhares de dólares, disseram os investigadores.

Nada disso é ilegal no Paquistão. As acusações de tráfico de seres humanos vêm das alegações de que as mulheres foram forçadas à prostituição ou levadas para a China sob falsos pretextos. Em alguns casos, dizem os investigadores, os homens usaram documentos falsos indicando que eram muçulmanos.

Outros homens procuraram esposas da minoria cristã do Paquistão, muitas das quais são pobres e estão sujeitas à discriminação, disseram os investigadores. Praticamente todas as mulheres, cristãs e muçulmanas, foram atraídas pela esperança de melhores perspectivas econômicas.

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https://www.osul.com.br/com-escassez-de-mulheres-os-chineses-importam-noivas-do-paquistao/ Com escassez de mulheres, os chineses importam noivas do Paquistão 2019-05-28
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