Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Com legislação já aprovada, o Brasil mira o filão das apostas online

Compartilhe esta notícia:

A legalização também deve impulsionar patrocínios no futebol. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Em dezembro, o governo Michel Temer promulgou a Lei 13.756/2018, que tornou lícita em todo o território nacional a atividade de apostas esportivas de quotas fixas, aquelas nas quais fica definido, no momento da aposta, quanto se vai ganhar em caso de acerto. A intenção é abocanhar uma fatia do mercado que já movimenta no Brasil cerca de R$ 4 bilhões por ano, de acordo com estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), atuando na “ilegalidade” no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

“Os oito mil sites de apostas esportivas que existem no mundo estão ao alcance dos brasileiros. Desses, 500 oferecem jogos do futebol brasileiro. E 50 têm versões em português”, diz Pedro Trengrouse, advogado e professor da FGV, responsável pela proposta sobre o tema enviada ao Congresso Nacional que acabou se transformando em lei.

Como esses sites têm sede em países estrangeiros, podem oferecer opções de apostas em jogos das mais variadas modalidades, incluindo de competições disputadas no Brasil. O usuário abre uma conta no site e escolhe quanto investir, seja via pagamento de boleto ou transferência bancária. Após o pagamento, o crédito passa a ser utilizado para as apostas.

Com a lei, o governo espera atrair os chamados operadores, que podem ser espaços físicos ou sites – meio frequentemente utilizado pelos brasileiros. O texto prevê dois anos, prorrogáveis por mais dois, para o Ministério da Economia regulamentar a atividade. A pasta concederá as licenças mediante pagamento de taxa.

Ou seja, na prática, as empresas ainda não podem operar no Brasil. “A atividade deixou de ser contravenção penal, mas só vai funcionar a partir de uma concessão pública. A União vai conceder o direito de uma empresa de funcionar como casa de apostas”, explica Luciano Andrade Pinheiro, advogado do Corrêa da Veiga Advogados, atuante em direito esportivo e propriedade intelectual.

Muitas, porém, já driblam as regras e criam maneiras de se relacionar com o consumidor, inclusive via propaganda na TV. Mas em vez de anunciar apostas, falam em “palpites”.

A legalização também deve impulsionar patrocínios no futebol, a exemplo do que já se vê em larga escala na Inglaterra, por exemplo. O Fortaleza foi o primeiro a fechar parceria com um site do ramo, o NetBet, que estampa sua marca na barra da camisa. “É um modelo tradicional de pagamento por publicidade. Eles vão fazer algumas ativações com o torcedor com sorteio de brindes, prêmios, mas no que concerne ao clube é um modelo de publicidade de espaço na camisa”, afirma Marcelo Paz, presidente do clube.

Aos olhos de quem estuda o mercado, porém, o interesse da empresa é mais abrangente. “Estão patrocinando porque já vão criando no público a força da sua marca. Quando vier a regulamentação, qual empresa você vai procurar? A que abriu hoje ou a que já estava na camisa do clube?”, questiona Pinheiro.

Como funciona a fiscalização das apostas esportivas?

Ao se falar em apostas, é inevitável não pensar em manipulação de resultados, crime do qual o futebol brasileiro já foi vítima diversas vezes. Os casos mais famosos foram a “Máfia da Loteria Esportiva”, revelado pela revista Placar, em 1982, e a “Máfia do Apito”, que resultou na anulação de 11 partidas do Campeonato Brasileiro de 2005. Ao contrário do que o senso comum indica, porém, a legalização de apostas tende a reduzir, e não ampliar os casos.

“Quando a atividade se torna legal, a preocupação com o resultado é uma constante da casa de apostas. Então, ela tem de implementar mecanismos para coibir a manipulação. Quem sofre o maior prejuízo financeiro é ela”, alega Pinheiro. Normalmente, as próprias casas de apostas contratam empresas que monitoram movimentações suspeitas.

Indagado pelo Estado sobre como funcionará a fiscalização da atividade, o Ministério da Economia respondeu via assessoria: “A estrutura física necessária para a fiscalização e o monitoramento das apostas esportivas em quotas fixas será definida ao longo da regulamentação que será feita pelo Ministério da Economia”.

tags: Brasil

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

No Paraguai, uma tribo indígena acusa um brasileiro de expulsá-la de suas terras
A companhia de petróleo da Venezuela transferiu a sua conta para um banco russo para evitar o bloqueio do dinheiro pelos Estados Unidos
https://www.osul.com.br/com-legislacao-ja-aprovada-o-brasil-mira-o-filao-das-apostas-on-line/ Com legislação já aprovada, o Brasil mira o filão das apostas online 2019-02-10
Deixe seu comentário
Pode te interessar