Quarta-feira, 13 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2025
Após uma semana turbulenta marcada pela ocupação da Mesa Diretora no plenário da Câmara, deputados avaliam que o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) entra em uma semana decisiva para mostrar que ainda tem autoridade no comando da Casa.
Deputados avaliam que já passou da hora de Motta “mostrar liderança na governabilidade da Casa” e que precisa articular uma punição exemplar contra os parlamentares envolvidos na trama.
Na sexta-feira (8), a Mesa Diretora adiou a decisão de pedir a suspensão dos deputados.
A direção preferiu encaminhar à Corregedoria Parlamentar representações contra 14 parlamentares. Agora, Motta aguardará um parecer do corregedor, deputado Diego Coronel (PSD-BA), antes de mandar as representações para o Conselho de Ética.
Os casos dos deputados Gilvan da Federal (PL-ES) e André Janones (Avante-MG), que tiveram os mandatos suspensos, foram diretamente ao Conselho de Ética por meio de representações elaboradas pela Mesa.
Segundo um parlamentar, a partir de agora o que importa para Motta é “ter atitude de líder” e se mostrar “dono da discricionariedade”.
Um líder reconhece que o presidente da Câmara ficou “fragilizado” com o episódio, mas que se “saiu maior ou menor vai depender da próxima semana”.
“Os próximos passos que serão determinantes se ele vai continuar nessa situação. Não é o retrato que diz qual é o cenário, é a continuidade. O problema é como vai ser semana que vem”, afirmou.
Os deputados avaliam que um sinal “imprescindível” para Motta é vencer a pauta que será fechada com os líderes na terça-feira (12) em reunião.
A base governista vê espaço para pressionar por pautas de interesse do governo, já que o motim foi articulado pelos deputados bolsonaristas.
Um projeto citado é o que amplia a faixa de isenção do imposto de renda para R$ 5 mil, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Conforme um parlamentar entrevistado pelo g1, é a hora de aproveitar a semana de calmaria depois da tempestade, já que “muitos demônios vestirão a roupa de mocinho”.
Queixas
Aliados do presidente dizem que Motta errou ao demorar a chegar em Brasília. O presidente foi à Casa apenas no dia seguinte ao início da ocupação.
Motta cumpriu agendas na Paraíba na terça (7) e, mesmo após a ocupação, decidiu manter os compromissos.
Os deputados atribuem ao presidente o fato de ter deixado a situação chegar ao ponto que chegou.
“As pessoas saíram do recesso sem querer ter recesso e, quando voltaram, não tiveram nada. Se a pauta tivesse sido feita, se nós tivéssemos começado a votar e o presidente estivesse na Casa, não iria ter aquela entrada no plenário”, avalia um líder do Centrão.