Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de dezembro de 2018
Com a alta do dólar nos últimos meses, os brasileiros seguem reduzindo os seus gastos no exterior. Dados do BC (Banco Central) mostram que, em novembro, o saldo negativo na conta de viagens do balanço de pagamentos foi de US$ 921 milhões. Esse montante é 17% menor que o déficit registrado no mesmo mês do ano passado (US$ 1,11 bilhão).
O relatório leva em consideração as despesas de brasileiros em viagem a outros países (por lazer ou trabalho), que somaram US$ 1,385 bilhão no mês passado, menos os gastos de estrangeiros no Brasil, que foram de US$ 464 milhões. Um ano antes, o déficit em viagens havia sido 15% mais alto, de US$ 1,595 bilhão.
Desempenho da moeda
No penúltimo mês de 2018, o dólar turismo foi negociado a uma média de R$ 3,93. Em novembro de 2017, o valor médio havia sido de R$ 3,40. De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, foram 18,7% de desvalorização no câmbio, que encarece o total da despesa dos viajantes brasileiros ao exterior.
Ele ressalta que o resultado da rubrica “viagens internacionais” contribuiu para a redução no déficit na conta de serviços do balanço de pagamentos. No mês passado, o rombo nessa mesma conta foi de US$ 2,711 bilhões, 13% inferior aos US$ 3,124 bilhões do mesmo período de 2017.
Balança comercial
Após o superávit de US$ 329 milhões em outubro, o resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 795 milhões no mês. O Banco Central projetava para o mês passado deficit de US$ 1,7 bilhão na conta-corrente.
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 3,576 bilhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,711 bilhões, assim como a de renda primária, com deficit de US$ 1,901 bilhão. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 25 milhões.
No acumulado de 11 meses, o rombo nas contas externas soma US$ 12,114 bilhões. A estimativa do BC, atualizada no RTI (Relatório Trimestral de Inflação) da semana passada, é de deficit em conta-corrente de US$ 17,6 bilhões em 2018 e de US$ 35,6 bilhões em 2019.
Já nos 12 meses até novembro, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 14 bilhões, o que representa 0,74% do PIB (Produto Interno Bruto) do País.
O PIB dos Estados Unidos, por sua vez, cresceu à taxa anualizada de 3,4% no terceiro trimestre em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou ontem o Departamento do Comércio do país. O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) foi revisado para cima, de 1,5% na segunda estimativa para uma alta anualizada de 1,6% nesta, na comparação do terceiro trimestre em relação ao período entre abril e junho.
Enquanto isso, o núcleo do indicador, que exclui itens voláteis, mostrou avanço anualizado de 1,6% na mesma base de comparação.