Quinta-feira, 26 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de abril de 2016
Bruna Linzmeyer, 23 anos, foi alçada à condição de celebridade recentemente por seus olhos azuis e lábios carnudos, com a ajuda de alguns papéis em novelas da TV Globo, como a professora Juliana, de “Meu Pedacinho de Chão”, e a patricinha Belisa, de “A Regra do Jogo”.
Depois de atuar em quatro novelas, a atriz, natural de Corupá, um pequeno município catarinense de colonização alemã e cerca de 15 mil habitantes, investe agora no cinema brasileiro. Neste ano, ela estará em cartaz em três filmes, enquanto grava outros dois. Mas nada de comédias ou filmes mamão com açúcar. Cinema, para ela, é coisa séria. “Filmar é desesperador. Aquele monte de gente tem que fazer uma história, porque as pessoas vão pagar para assisti-la. É uma responsabilidade. É dinheiro público. É nosso coração, nossa alma, nosso trabalho e nosso pagar de contas.”
A postura comprometida agradou os diretores Neville de Almeida, Cacá Diegues, Selton Mello e Daniela Thomas, que escalaram Bruna em suas produções. Neville a dirigiu em “A Frente Fria que a Chuva Traz”, Diegues em “O Grande Circo Místico” e Mello em “O Filme da Minha Vida”. Já Daniela prepara-se para começar a gravar com a atriz o longa “O Banquete”, inspirado em livro de Platão.
A jovem atriz não cabe mais na telinha, e precisa de dezenas de polegadas a mais para trabalhar. Diretores dispostos a registrá-la nesta nova fase, como se viu, não faltam. Almeida, 74, que o diga. Em “A Frente Fria que a Chuva Traz”, filme com estreia prevista ainda para o primeiro semestre deste ano, Bruna interpreta Amsterdã, uma viciada em heroína que se prostitui para sustentar o vício. Para o papel, a atriz perdeu dez quilos em seis semanas, chegando a pesar 46 quilos.
O diretor de “A Dama do Lotação” e “Os Sete Gatinhos” não poupa elogios à dirigida. “Ela tem um talento extraordinário, parece ser uma atriz 20 anos mais velha”, diz. “Vejo um futuro muito bom para ela, será uma das nossas atrizes mais importantes. Será não. Já é. Ela não foi bem aproveitada nessa última novela. Era um excesso de talento que não cabia na personagem.”
Bruna concorda, mas só em partes. “A novela é melodramática, não é trágica. Nela, uma lágrima vale muito mais do que uma respiração”, diz. “Não vou menosprezar novela, paga minhas contas. Mas é claro que não é comparável ao cinema.” Sair da televisão, portanto, está fora de cogitação. “Faço uns três filmes entre uma novela e outra e isso me deixa muito feliz.”
Vulcão.
“Ela era uma menina de 17 anos quando eu a conheci”, conta o diretor Luiz Fernando Carvalho, que a escalou para “Afinal, o que Querem as Mulheres?”. A percepção do talento de Bruna veio logo de cara. “Quando começamos a ensaiar, ela era um vulcão. Por causa da idade dela, tinha até que amenizar nas cenas mais fortes, como beijos e encontros amorosos.” Como é muito difícil controlar um vulcão, a solução da emissora foi colocar a minissérie no ar no dia de seu aniversário de 18 anos.
Para Diegues, cineasta de mais de 50 anos de carreira que a dirigiu em “O Grande Circo Místico”, “Bruna não é só uma atriz. É uma grande estrela, única e incomparável. Depois de poucos ensaios percebi que não tinha que mexer em nada do que ela já estava fazendo.”
Mas quem sabe essa história ainda não reserva um inesperado “plot-twist”, uma mudança radical no rumo da trama? “Enquanto eu me emocionar no trabalho, estarei bem, sou feliz nessa profissão”, declara Bruna. “Mas tenho medo de um dia achar tudo muito normal. Eu ambiciono sempre o novo. Muita coisa passa pela cabeça, sabe? Quem sabe eu não seria feliz sendo uma passeadora de cães?”. (Folhapress)