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Economia Com queda de 40% nos lucros, o Bradesco vai ampliar o prazo para a prorrogação do pagamento de dívidas em mais 60 dias

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O anúncio da conta internacional do Bradesco é mais um passo para crescer nos EUA. (Foto: Reprodução)

O Bradesco deve anunciar na próxima semana mais 60 dias para prorrogação de pagamento de dívidas de pessoas físicas e jurídicas com o banco. A medida já havia sido anunciada para março e abril e agora deve ser estendida até junho. Além disso, para clientes que tenham perdido o emprego ou renda, o banco quer oferecer ajuda para reorganizar a vida financeira, podendo até oferecer prazos de carência maiores.

“Devemos anunciar mais 60 dias de prazo para pagamento de dívidas na próxima semana. Mas para quem perdeu o emprego, queremos entender a situação para tentar reorganizar a vida financeira da pessoa, podendo oferecer prazos de carência até maiores. É uma forma de ter uma relação mais equilibrada com os clientes”, disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, durante teleconferência para apresentação de resultados do primeiro trimestre.

Segundo dados do banco, até agora, houve 1 milhão de operações em que clientes pediram a prorrogação do prazo de pagamentos de dívida, totalizando R$ 1,4 bilhão em valores renegociados.

Lazari garantiu que as taxas de juros nas operações de prorrogação de pagamentos são as mesmas contratadas no início do empréstimo. Ele afirmou que o banco não iria se aproveitar de um momento de crise para elevar juros nessas operações que foram prorrogadas. Mas em novas operações de crédito, podem ser aplicadas taxas de juros maiores, devido ao aumento de risco.

“Em novas operações de crédito, tanto para pessoa física quanto jurídica, o crivo agora é mais forte. Temos mapeado os setores que podem sofrer mais e nas operações novas pode ter spread ou taxa de juros maiores dado o risco que essa operação pode representar. É natural, quanto maior o risco maior os juros”, afirmou.

Ele disse que há discussões para ampliar a abrangência da oferta da linha de crédito em parceria com o BNDES para quitação de folha de pagamento de empresas. Pelas regras atuais, empresas com faturamento entre R$ 365 mil e R$ 10 milhões ao ano podem se habilitar nos bancos. No Bradesco, entretanto, das 54 mil empresas que poderiam ter acesso à linha (que tem juros de 3,75% ao ano, mesmo patamar da taxa Selic), apenas 8 mil empresas pediram o empréstimo.

“As empresas estão evitando tomar novas dívidas. A procura por essa linha é pequena. Elas estão tentado reorganizar dívidas já existentes. Isso deve estar acontecendo em outros bancos também. Já existem discussões com o BNDES, Banco Central e Ministério da Economia para estender essa linha a empresas menores, com faturamento de menos de R$ 365 mil ao ano e para empresas maiores, que faturem até R$ 30 milhões no ano”, afirmou Lazari.

Inadimplência deve aumentar

O Bradesco espera que a inadimplência aumente os próximos meses, como resultado da crise na economia causada pela pandemia. O banco aumentou suas provisões para perdas de R$ 2,4 bilhões para R$ 5,1 bilhões.

Segundo Lazari, esse aumento de provisão foi feito com base em estudos realizados pelo banco tomando como base outras crises já vividas. O Bradesco pode aumentar a provisão para perdas nos próximos meses. A inadimplência do banco já cresceu em todas as categorias, no primeiro trimestre e subiu de 3,4% para 3,7%.

O Bradesco suspendeu todas as estimativas (o chamado guidance) que tinha este ano para crédito, inadimplência, e todos os outros indicadores diante da incerteza do cenário econômico. Só será possível estimar um novo guidance, quando houver menos incerteza em relação à duração e impactos da pandemia, disse Lazari.

No primeiro trimestre, o crédito cresceu 6,6%, puxado por grandes empresas que recorreram ao banco para manter liquidez em suas operações nos primeiros dias da crise. Mas, a tendência é que a procura por crédito caia ao longo do ano.

Queda de 43% no lucro

Lazari disse que mais de 90% dos funcionários do Bradesco estão trabalhando em casa e, nas agências, as equipes foram divididas em duas e estão se revezando a cada semana. Todas as agências do Bradesco continuam abertas, mas com horário de atendimento menor e acesso controlado de clientes para evitar aglomerações.

Ele avalia que essa mudança de paradigma deve mudar a forma de organização do trabalho nos bancos daqui para a frente. No Bradesco, este ano, já foram fechadas 78 agências e até o final do ano esse número deve chegar a 330, mantido esse ritmo.

“O modo de operar dos bancos será alterado. Muitas agências não precisam ter o tamanho que têm”, afirmou.

No primeiro trimestre, o Bradesco apresentou lucro líquido de R$ 3,8 bilhões, queda de 43,5% no período na comparação com o primeiro trimestre de 2019. O lucro foi afetado pelo aumento de provisão para crescimento da inadimplência e pela volatilidade do mercado, reflexo do stress com a pandemia.

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