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Por Redação O Sul | 5 de maio de 2020
Dados do Ministério da Saúde dessa terça-feira (5) mostram que o Brasil registrou 600 novas mortes em pouco mais de 24 horas, um número recorde. Também houve 6.935 novos casos confirmados no período.
O recorde anterior era de 474 mortes registradas em um dia, em 28 de abril, quando o Brasil ultrapassou a China em número de mortes e o presidente Jair Bolsonaro disse “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, ao ser questionado sobre os números.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, foram registrados ao todo 114.715 casos confirmados da doença e 7.921 mortes no País.
De acordo com especialistas, os números reais devem ser ainda maiores, já que há baixa oferta de testes no país e subnotificação.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, desses 600 óbitos, 25 evoluíram para o óbito nessa terça e 99 nos dois dias anteriores. O restante ocorreu em outras datas. “Não são 600 mortes que aconteceram nas últimas 24 horas, mas uma mudança na classificação”, reforçou.
Epicentro da crise, São Paulo já soma 34.053 casos confirmados e 2.851 mortes pelo novo coronavírus – destas, 197 foram confirmadas nas últimas 24 horas, incluindo a de um bebê da cidade de São Paulo, com apenas um ano, que teve diagnóstico de Covid-19.
Em meio ao aumento nos números, o Estado tem visto cair o índice de isolamento social, o que preocupa as autoridades. Na segunda (4), o isolamento foi de apenas 47%m quando o índice ideal é de, no mínimo, 70%.
Depois de São Paulo, o Estado com maior número de casos é o Rio de Janeiro, com 12.391 casos e 1.123 mortes. Já quando analisados os dados de incidência da Covid-19, indicador que abrange o total de casos pela população, outros Estados passam à frente.
São eles: Amapá, Amazonas, Roraima, Ceará, Pernambuco, Acre e Espírito Santo.
No Amapá, por exemplo, essa incidência é 2.283 casos por 1 milhão de habitantes. Já no Amazonas, de 1.957 casos a cada 1 milhão.
Antes da divulgação dos números pelo Ministério da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro comentou a pandemia e disse que, se houvesse uma queda no número de mortes nessa terça, seria um sinal de que “o pior passou”.
“Eu não sei se hoje caiu o número de mortes, foi menor do que ontem, eu não sei ainda, mas, se foi, vai ser o sexto dia, se não me engano, consecutivo de queda no número de mortes. É um sinal de que o pior já passou”, disse o presidente, em entrevista na porta do Palácio da Alvorada.
“Peço a Deus para que isso seja verdade [a queda do número de mortes] e vamos voltar à normalidade”, continuou o presidente.