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Por Redação O Sul | 21 de janeiro de 2020
O julgamento do processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou efetivamente no Senado nessa terça-feira. De um lado, manifestações da defesa garantindo não haver base legal para destituir o líder republicano do cargo. No outro, um importante parlamentar democrata descrevendo evidências relevantes de irregularidades cometidas pelo comandante da nação mais rica do mundo.
Trump, que teve o impeachment aprovado no mês passado pela Câmara dos Deputados, controlada pelos democratas, é alvo de acusações de abuso do poder e obstrução do Congresso norte-americano. Ele diz que não fez nada de errado e descreve a tramitação do pedido de impeachment como “uma farsa partidária para impedir sua reeleição”, no fim deste ano.
Com câmeras de TV ao redor, o presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts, deu início aos procedimentos e os dois lados começaram a brigar por conta das regras propostas pelo líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, para o julgamento.
Já o advogado da Casa Branca, Pat Cipollone, que lidera a defesa de Trump, atacou as bases das acusações dos democratas contra o presidente republicano, dizendo que elas não chegam perto dos requisitos da Constituição norte-americana para um impeachment.
“A única conclusão será que o presidente não fez absolutamente nada de errado”, disse Cipollone enquanto argumentava a favor da proposta de McConnell para decidir se serão permitidas testemunhas e documentos adicionais posteriormente no julgamento. “Não há absolutamente um caso”, disse.
Já o deputado democrata Adam Schiff, que ajudou a encabeçar o inquérito de impeachment, resumiu as acusações contra Trump e disse que o presidente republicano havia cometido uma combinação de irregularidades constitucionais que justificam o impeachment.
Schiff disse que embora as evidências contra Trump sejam “já esmagadoras”, mais depoimentos de testemunhas eram necessários para mostrar o escopo total das irregularidades cometidas pelo presidente e por sua equipe.
Os democratas querem que autoridades e ex-funcionários do atual governo, incluindo o ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton, testemunhem.
Agilidade
McConnell divulgou um plano na segunda-feira para um julgamento potencialmente rápido, sem novos depoimentos ou evidências. Isso daria aos promotores democratas da Câmara e aos advogados de Trump um período de 48 horas, divididas igualmente, para apresentar seus argumentos ao longo de quatro dias.
O plano foi agora mudado para dar a cada um dos lados três dias de argumentos de abertura divididos em dois períodos de 24 horas cada. As regras também permitirão que o relatório da investigação da Câmara sobre o impeachment sirva como evidência no processo, como foi exigido pelos democratas.
Um porta-voz de McConnell disse que as mudanças foram feitas nessa terça-feira, após um almoço a portas fechadas com senadores republicanos
Com uma maioria de dois terços necessária no Senado de 100 membros para destituir Trump do cargo, é quase certo que ele seja absolvido pelos correligionários republicanos na Casa. Mas não está claro o impacto do julgamento em sua candidatura à reeleição.
De acordo com uma pesquisa de opinião da Reuters/Ipsos realizada de 13 a 14 de janeiro, 39% dos adultos norte-americanos aprovam o desempenho de Trump no cargo, enquanto 56% desaprovam. A sondagem também mostrou que 45% dos entrevistados disseram que Trump deveria ser destituído do cargo, enquanto 31% disseram que as acusações de impeachment deveriam ser rejeitadas.