Sábado, 14 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2025
O grupo viajou para ter encontros sobre tecnologia na área de segurança pública.
Foto: ReproduçãoDuas comitivas de brasileiros a Israel, incluindo prefeitos e representantes dos governos do Centro-Oeste, precisaram se abrigar em bunkers durante o ataque de Tel Aviv ao Irã, seguido pela ameaça de drones do país persa a alvos israelenses.
Veja a lista de políticos em Israel:
– Álvaro Damião (União), de Belo Horizonte (MG);
– Cícero Lucena (PP), de João Pessoa (PB);
– Claudia Lira (Avante), vice-prefeita de Goiânia (GO);
– Johnny Maycon (PL), de Nova Friburgo (RJ);
– Nélio Aguiar, ex-prefeito de Santarém (PA);
– Vanderlei Pelizer (PL), vice-prefeito de Uberlândia (MG).
Uma das delegações é formada por prefeitos e outros representantes municipais. O grupo viajou para ter encontros sobre tecnologia na área de segurança pública. Eles estão em Kfar Saba, no entorno de Tel Aviv, hospedados em hotel localizado em um campus universitário, e receberam ordens para ir duas vezes ao abrigo: a primeira durante o ataque de Israel ao Irã, a segunda no lançamento dos drones ao território de Israel.
Há ainda um terceiro grupo que não conseguiu chegar, que inclui o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, o prefeito de Ribeirão Preto, Ricardo Silva (PSD), e outros prefeitos paulistas.
“Estamos no aeroporto de Paris, no meio da viagem iniciou-se a guerra e não chegamos lá”, disse Silva em vídeo publicado nas redes sociais.
Em nota, a Embaixada de Israel no Brasil afirmou que “todos os membros das delegações encontram-se em locais seguros, com acesso a áreas protegidas”.
A Embaixada disse ainda que “o Ministério das Relações Exteriores de Israel mantém contato constante com os grupos e está trabalhando nas soluções que vão viabilizar o retorno dos participantes que desejarem regressar ao Brasil”.
Os prefeitos de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), e João Pessoa, Cícero Lucena (PP), estão na comitiva. Lucena calcula haver 50 brasileiros nas duas delegações.
“Estamos em um local seguro. O alojamento tem um abrigo antiaéreo. A previsão de saída ainda não existe porque o espaço aéreo continua fechado, e após ele ser reaberto precisamos aguardar a volta à normalidade. Já fizemos solicitação para ver se o governo brasileiro poderia mandar um avião da FAB [Força Aérea Brasileira] para nos pegar”, afirmou Lucena à Folha.
Damião publicou um vídeo em seu perfil no Instagram em que mostra a estrutura do bunker. “Foi uma experiência intensa, mas estamos todos bem e em segurança”, escreveu na publicação.
Davi Carreiro, chefe executivo da Civitas, central de inteligência e tecnologia da Prefeitura do Rio de Janeiro, afirmou que o grupo desembarcou no último dia 10 a Israel e foi orientado ainda no check-in sobre como chegar ao bunker. A sirene soou por volta das 3h da manhã (horário local) desta sexta-feira (13).
“Segundos depois, os celulares começaram a apitar com uma mensagem em hebraico alertando para uma emergência de guerra, e que deveríamos, dentro de dez minutos, nos dirigirmos a um abrigo. Acordei muito assustado. Foi o tempo de colocar um calçado, pegar uma garrafa de água, celular e carregador.”
A comitiva ficou no abrigo antiaéreo por cerca de 20 minutos. “Foi quando tivemos a notícia que, de fato, tratava-se de um ataque de Israel ao Irã”, afirma Carreiro.
O grupo permaneceu 50 minutos no abrigo antiaéreo e assim que foi liberado para subir aos quartos precisou descer novamente, por conta da ameaça de lançamentos de drones do Irã a Israel.
“Logo depois o governo de Israel enviou mensagem dizendo que os drones haviam sido interceptados antes mesmo de entrar na fronteira”, diz Carreiro. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.