Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de março de 2021
A volta às aulas traz muitas dúvidas sobre o coronavírus para pais e responsáveis por crianças que estão em creches e pré-escolas. Na educação infantil, os alunos ainda precisam de mais orientação e participação dos professores. Veja abaixo algumas questões respondidas por especialistas ouvidos pelo portal de notícias G1.
– A partir de que idade a criança deve usar máscara? A recomendação é que a máscara seja usada só a partir dos 2 anos, por causa do risco de sufocamento. De 2 anos a 6 anos, deve haver supervisão constante.
– Qual o modelo de máscara recomendado para crianças pequenas? Pode ser de tecido tricoline ou com dupla camada de algodão, mas não de tricô. Modelos como N95 são restritos para situações muito especiais no contexto de Covid. O mais importante é que a máscara esteja bem adaptada ao rosto, cobrindo bem o nariz e a boca, sem frestas nas laterais. E é fundamental que seja confortável e que não dê coceira. Não se esqueça de mandar máscaras extras para troca durante a aula: a de tecido, após 3 horas e muito úmida, perderá sua função. E crianças tendem a se sujar mais.
– É necessário usar um face shield? Na prática, qualquer proteção a mais é bem-vinda. Mas, se a criança se incomodar, ela poderá passar a encostar com frequência no face shield e levar as mãos à boca ou aos olhos depois. O que era para ser um cuidado extra acabaria se tornando um risco maior. Distanciamento social, uso de máscaras e presença de poucas pessoas na sala de aula garantem defesas mais efetivas.
– Meu filho não gosta de usar máscara, o que faço? A recomendação é investir na “alfabetização sanitária”. A família precisa explicar que é importante usar a máscara em qualquer lugar como proteção contra o coronavírus. O ideal é associar tudo isso a momentos lúdicos. Cores e estampas podem ser uma estratégia. De qualquer forma, haverá necessidade de supervisão maior, porque as crianças têm menos autonomia, e é natural que se esqueçam do protocolo.
– Se a máscara cai no chão e o professor pega para recolocar no rosto do aluno, há algum risco de transmissão? Desde que o adulto higienize as mãos, antes e depois, não há problema. Não é indicado encostar diretamente na boca e no nariz da criança. Se a máscara cair no chão, o ideal é ter uma nova para substituir. Para os professores, o indicado é usar máscaras mais robustas, principalmente aqueles que terão contato com bebês e crianças menores.
– É possível garantir distanciamento entre crianças pequenas nas escolas? A educação infantil é conhecida pelo seu espaço de brincadeira e interação. Na prática, é difícil evitar 100% do tempo o contato entre os colegas. Recomenda-se focar em lavar as mãos com frequência, controlar o número de crianças na sala e manter os ambientes higienizados. Atividades ao ar livre são sempre mais indicadas, quando forem possíveis.
– Brinquedos dos parquinhos podem ser usados? Idealmente, não. Tocar nos brinquedos aumenta, sim, o risco de contato com superfícies contaminadas. Dessa forma, o melhor seria limpar toda hora tanto o parquinho quanto as mãos dos alunos. Soluções intermediárias também citadas são optar por brinquedos individuais, não misturar grupos diferentes de alunos (para evitar a propagação em caso de registro de Covid em uma turma) e limitar o número de crianças em um espaço.
– Qual é o índice de infecção e de mortes por Covid entre crianças? As crianças transmitem menos, têm menos sintomas e adoecem com menor gravidade. Segundo a Vital Strategies, organização internacional voltada a estratégias de políticas de saúde pública, os brasileiros de até 10 anos representam menos de 1,5% das hospitalizações e de 0,3% das mortes pela doença no país. É importante lembrar que também existem fatores de risco na infância, como diabetes, transplantes e cardiopatias.
– Não sinto segurança de mandar meu filho para escola. Posso fazer isso? A partir dos 4 anos, a presença na escola é obrigatória pela lei, mas está sendo observada, em geral, uma flexibilização por conta do alcance da pandemia. Autoridades municipais têm autonomia para decidir sobre o funcionamento de atividades ao avaliar as condições sanitárias locais. Especialistas afirmam que cabe à família decidir sobre isso com base nos fatores de risco envolvidos. Questionado sobre um entendimento amplo a respeito da questão, o Ministério da Educação não respondeu.
– Como procedo caso alguém de casa ou que teve contato com o meu filho for infectado? Devo avisar imediatamente a escola? As crianças que tiveram contato com alguém contaminado não devem ir para a escola e precisam ficar isoladas por ao menos 10 dias. A escola precisa ser avisada imediatamente. As informações são do portal de notícias G1.