Sexta-feira, 13 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 11 de maio de 2018
Pesquisas na área das neurociências trouxeram contribuições importantes para
as mães atribuladas sempre pensando em ser melhores para seus filhos:
A força de vontade é limitada. Uma das descobertas recentes é que o estoque
de força de vontade é limitado. Assim como a bateria de um celular, o
cérebro começa o dia com mais energia e vai perdendo na medida em que o dia
vai passando. Um dos segredos para ter mais fôlego, é reconhecer essa
limitação de recursos para gerenciá-los com sabedoria.
Essa é uma das maiores dificuldades das mães: reconhecer que o seu estoque
de energias é limitado. Claro, elas gostariam de ter energia infinita para
fazer o máximo possível pelos seus filhos, mas paradoxalmente, aceitar os
limites da força de vontade ajuda a manter e até aumentar o fôlego.
Como sabemos disso?
Porque outras pesquisas mostraram que emoções positivas – autocompaixão,
autoaceitação, gratidão e esperança – ativam as regiões do cérebro
envolvidas no autocontrole e por isso aumentam o estoque de força de
vontade.
Emoções negativas – culpa, vergonha, medo e arrependimento – ativam as
regiões do cérebro responsáveis pelas reações de luta ou fuga, inibindo a
parte responsável pela força de vontade. Quanto mais culpa a mãe sentir por
não fazer mais ou ser melhor, menos fôlego terá para superar os limites,
caso isso ainda seja possível.
Pense nisso: a culpa apenas consome energias da sua força de vontade,
ativando reações de estresse e inibindo o autocontrole. Aprenda a conviver
com seus limites.
Sobre estresse
O estresse é uma condição natural e necessária para a vida humana em níveis
adequados. O problema é que aprendemos socialmente a interpretar o estresse
como algo negativo – não necessariamente deve ser assim – existe também o
estresse positivo que seria o responsável por nos “fazer mexer” frente às
situações da vida, aquela primeira reação que nos deixa “prontos” para agir.
No entanto, o acumulo do estresse por longo período ou numa intensidade
elevada faz com que esse estresse inicial vire crônico e acarrete as
consequências negativas já conhecidas sobre a nossa saúde. Neste aspecto o
acumulo de papeis de mãe acrescidos às demais responsabilidades assumidas
pelas mulheres nos dias de hoje, faz com que esse estresse crônico seja
muito frequente. Sendo assim, é de extrema importância um manejo adequado
sobre o nível de estresse a que as mães estão sujeitas.
Estratégias
Respiração diafragmática. Atenção consciente para o momento presente.
Meditação e demais técnicas que promovam uma “quebra na correria do
dia a dia” e uma desconexão momentânea de preocupações.
Organizar o máximo de detalhes – roupa, lanche, material – na noite
anterior. São tarefas possíveis de fazer à noite, mesmo já cansada e assim
economizar energias do estoque da manhã seguinte.
Ter um momento na semana para recuperar as energias, além dos momentos
diários, de fazer a respiração. Fazer uma massagem, ir ao salão, caminhar no
parque. Preferencialmente ter momentos que possa “desligar-se”. Esses
momentos são importantes para manter e aumentar a força de vontade. Ir ao
shopping não é uma boa estratégia, mesmo que você goste. Decisões, mesmo que
simples, gastam energias do seu estoque de força de vontade, por isso o
momento de desligamento precisa ser, preferencialmente, aquele em que não
houver qualquer decisão a ser tomada. Simplesmente relaxar.
Ter um momento exclusivo para estar com os filhos – pode ser 10 minutos
respirando juntos, contando uma história simples, não precisa nada
elaborado. Viva cada minuto e valorize cada momento. Você vai ser seu
estoque de energias aumentar muito.
Simone Grohs (psicóloga) e Héctor Nievas (psicólogo)
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