Quinta-feira, 22 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2025
A companhia aérea Azul está em negociações avançadas com credores para um financiamento de aproximadamente US$ 600 milhões que apoiaria a empresa durante um potencial Chapter 11 que poderia ocorrer já na próxima semana, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto que falaram à agência Bloomberg News.
A Azul e seus credores têm explorado opções, incluindo o Chapter 11, o equivalente à recuperação judicial brasileira, informou a Bloomberg News.
A companhia aérea busca negociar uma reestruturação da dívida diante da queda da receita e dos próximos pagamentos de cupons, disseram algumas das fontes.
A Azul tem US$ 52,2 milhões em juros que vencem este mês em títulos corporativos, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
As discussões estão em andamento e os planos não são definitivos, mas a Azul busca obter apoio suficiente dos credores para um acordo de suporte à reestruturação, acrescentaram algumas das fontes.
A Azul mantém um diálogo produtivo com seus investidores desde 2024 para encontrar maneiras de garantir a sustentabilidade da empresa, disse um porta-voz da empresa.
A aérea está constantemente avaliando maneiras de melhorar a liquidez e sua estrutura de capital, sem deixar de honrar os compromissos e a qualidade de seus serviços e atendimento ao cliente, acrescentou o porta-voz.
A companhia aérea com dificuldades financeiras levantou quase R$ 1,7 bilhão no mês passado por meio de uma oferta pública de ações que incluiu a conversão obrigatória de dívida em capital.
Os credores também forneceram R$ 600 milhões em novo capital para respaldar a oferta e fortalecer a liquidez.
Um pedido de recuperação judicial da Azul a tornaria a última das três principais companhias aéreas do Brasil a fazê-lo.
Gol
A Gol (GOLL3), que o fez em janeiro de 2024, anunciou na terça-feira (20) que espera sair da recuperação judicial no início de junho.
Além do efeito contínuo dos impactos da pandemia de covid-19, a alta do dólar inflou as despesas da Azul – incluindo pagamentos de arrendamento e custos de combustível atrelados à moeda americana.
No comunicado, a companhia defende que “avançou significativamente na melhoria de sua posição competitiva, fundamentos financeiros e desempenho operacional” durante o processo, e que após a saída da reestruturação “avançará com uma forte posição de liquidez de aproximadamente US$ 900 milhões”.
Entre outros pontos, a Gol aponta que, durante o processo, garantiu US$ 1 bilhão em financiamento na modalidade DIP (Debtor in Possession), quando novos credores têm precedência sobre os demais, “o que reforçou a liquidez e permitiu à Gol reinvestir em sua frota”.
A empresa também lembrou que garantiu um financiamento de US$ 1,9 bilhão captado junto a credores e investidores num prazo de cinco anos para deixar o processo de recuperação. Os recursos vão servir para pagar integralmente o DIP, “ao mesmo tempo em que fornece liquidez adicional para dar suporte à execução do plano de negócios”. As informações são da agência de notícias Bloomberg.