Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de março de 2018
Suzane von Richthofen, de 34 anos, deixou a penitenciária de Tremembé (SP), às 8h50min dessa quinta-feira (8), para passar 10 dias fora da cadeia. Seu noivo, Rogerio Olberg, de 37, a esperava desde as 6h. De mãos dadas, mas sem beijo diante dos fotógrafos, o casal entrou em um carro e partiu para Angatuba (SP), a 362 quilômetros do presídio. As informações são da revista Veja.
Enquanto Suzane aproveita o período na pacata cidade com 20 mil habitantes, seus advogados tentarão mantê-la definitivamente em liberdade. Condenada a 39 anos de prisão por ajudar na morte dos pais, em 2003, ela já cumpriu um sexto da pena. Assim, poderia progredir para o regime aberto. Mas, embora seu alvará de soltura definitivo esteja apenas aguardando a assinatura da juíza da 1ª Vara de Execuções Penais de Taubaté, Wania Regina Gonçalves da Cunha, o promotor que acompanha a execução da pena, Paulo de Palma, quer que Suzane seja submetida ao teste de Rorschach antes de ser solta.
Também conhecida como teste do borrão, a avaliação, que consiste em apresentar a alguém uma série de cartões contendo manchas de tinta, revela traços marcantes da personalidade. Com isso, poderia indicar se Suzane seria capaz de cometer novamente crime semelhante ao que a levou para trás das grades.
Como ela já foi submetida ao teste de Rorschach há quatro anos, a juíza Wania Regina dispensou a nova análise, mas o Ministério Público recorreu a instâncias superiores. Em 2014, segundo documentos anexados ao processo de execução penal de Suzane, o teste mostrou que ela tem “egocentrismo elevado” e “agressividade camuflada”, além de ser “manipuladora, insidiosa e narcisista”.
Suzane está na penitenciária de Tremembé desde 2006 e, segundo a defesa, já cumpriu o tempo da pena suficiente para passar para o regime aberto. O pedido de progressão ainda precisa ser avaliado pela Justiça. Desde 2016, ela já está no regime semiaberto, com direito a saídas temporárias da prisão, em datas especiais.
Passeio e selfies
Rogério Olberg se encantou por Suzane em uma das visitas à irmã dele, que também está presa em Tremembé. Em maio de 2017, durante saída temporária da condenada, ele e a noiva passearam juntos pelas ruas da pequena Itapeva (SP), cidade de 22 mil habitantes onde Olberg mora.
Nas redes sociais, alguns moradores postaram selfies com Suzane. Outros ficam indignados com a presença da detenta por lá.
Livro
Prestes a ganhar liberdade definitiva, Suzane será personagem de um romance policial inédito. Produzido pela editora Abril e ainda sem título divulgado, o livro será lançado no fim do primeiro semestre de 2018.
Escrita pelo jornalista Ullisses Campbell, da revista Veja, a obra conta a história da assassina paulistana a partir de suas relações afetivas. Duas produtoras de cinema já demonstraram interesse nos direitos autorais do livro para adaptá-lo em filme.