Sábado, 01 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2017
O ex-médico Roger Abdelmassih, 74 anos, deixou na manhã deste sábado (01) o apartamento em que cumpria prisão domiciliar no bairro dos Jardins, na Zona Oeste de São Paulo, para voltar à penitenciária de Tremembé (SP). Na sexta-feira (30), o Tribunal de Justiça acolheu o pedido do Ministério Público e determinou que ele voltasse para a cadeia.
Um carro da polícia deixou o prédio onde mora a mulher do ex-médico, a procuradora Larissa Sacco, por volta das 6h20min. Monitorado por uma tornozeleira eletrônica, Abdelmassih cumpria pena em regime domiciliar no local havia uma semana, desde que a Justiça lhe concedeu o benefício devido a problemas de saúde. Ele sofre de complicações cardíaca e pulmonar.
O ex-médico foi condenado a 181 anos de prisão por 48 estupros de 37 pacientes. A progressão de regime foi concedida no dia 21 de junho, porém Abdelmassih não foi imediatamente para casa porque terminava um tratamento no Hospital São Lucas, em Taubaté. Ele chegou à residência da mulher apenas na madrugada do dia 24.
Apesar de permitir que Abelmassih cumprisse prisão em regime domiciliar, a Justiça negou o pedido de indulto humanitário, que é o perdão da pena concedido a presos com problemas graves e permanentes de saúde. O Ministério Público contestou a decisão da Justiça mesmo assim. De acordo com o recurso interposto pelo promotor Luiz Marcelo Negrini e acolhido pelo Tribunal de Justiça, Abdelmassih não “cumpriu pena suficiente para qualquer espécie de progressão de regime”.
Negrini afirmou que não há nenhuma prisão no Brasil com condições de oferecer o tratamento de doenças graves em seu interior, mas isso não justifica o benefício concedido ao ex-médico. “Se a unidade não tem condições, ela presta assistência e leva o condenado ao hospital. E isso estava sendo feito, tanto é que ele foi internado diversas vezes. Se ele não estivesse sendo assistido, aí seria outra história”, explicou.
O criminoso, que era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil, foi condenado pelos esturpos em novembro de 2010. Abdelmassih não foi preso logo após a sentença porque um habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça) dava a ele o direito de responder em liberdade.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia. Em 24 de maio de 2011, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo cassou o registro profissional de médico de Abdelmassih. Após três anos foragido, quando chegou a ser considerado o criminoso mais procurado de São Paulo, Abdelmassih foi preso no Paraguai pela Polícia Federal, em 19 de agosto de 2014. (AG)