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Variedades Conheça o movimento que põe fim às dietas restritivas

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Te mostramos como uma dieta restritiva pode se virar contra sua saúde e apresentamos o conceito de undieting. (Foto: Reprodução)

Diz para a gente: alguma vez você já se sentiu culpada por comer um brigadeiro? Ou chateada por jantar uma massinha em vez de uma saladinha? Isso não é normal e reflete uma relação zero saudável que aprendemos a ter com a alimentação que temos e com o corpo que habitamos. Se você já deu aquela segurada nas calorias uma vez na vida, certamente sentiu na pele o que os especialistas cansam de repetir: 99% das dietas restritivas são ineficazes a longo prazo, gerando frustração, ansiedade e resultados rebote (olá, efeito sanfona, nosso velho conhecido).

“Quem vive de dieta quase sempre acaba triste e frustrada porque somos levadas a acreditar que o problema está na nossa própria falta de força de vontade e comprometimento”, explica Fernanda Imamura, nutricionista que atende em São Paulo e, em um post de seu perfil no Insta, dá a letra: “Não se destrói o patriarcado com fome”. Trata-se do resumo do conceito defendido pela autora americana Naomi Wolf, no livro “O Mito da Beleza”, em que mostra como a pressão estética é um instrumento de controle social de mulheres… Ao desconsiderar fatores emocionais e psicológicos, a demonização de certos comportamentos e alimentos acaba sendo (mais) uma prisão.

Na contramão da restrição (rimou!), vem ganhando força a ideia de “comportamento alimentar”, chamada lá fora de “undieting”, que prega não apenas o fim das dietas e do terrorismo nutricional, mas a conscientização da relação emocional entre você e sua comida. “O comportamento alimentar leva em consideração as necessidades fisiológicas, biológicas, psicológicas e emocionais. Desta maneira, conseguimos entender como aquela pessoa se sente ao comer e por que ela come”, diz a nutricionista Luiza Mattar. Nada disso é sobre excluir uma rotina de alimentação saudável. É justamente o oposto: a proposta de um olhar mais consciente sobre o que está à mesa, para que mini-hábitos tornem-se rotina de uma forma que faça sentido. Explicamos melhor a seguir.

Nem oito nem oitenta

Enquanto a abordagem tradicional da alimentação foca na questão biológica, a abordagem comportamental leva em consideração outros fatores. A nutricionista Luiza dá o exemplo: “Quando te pergunto: o que é mais saudável, um bolo ou uma salada? Em termos nutricionais, é claro que uma salada é muito mais rica. Mas e se for o seu aniversário? Nesse caso, não é mais saudável comer um pedaço de bolo? O comportamento alimentar ajuda a compreender todos os aspectos da comida, inclusive o psicoemocional.”

Endeusar ou demonizar certos alimentos é um dos sintomas da cultura das dietas. E, sabemos, quanto mais uma pessoa pensa que um alimento é proibido, maior será a vontade de comê-lo, podendo chegar ao ponto do descontrole… Mas, então, o que comer? Está aí uma pergunta cuja resposta é individual e pode ser conseguida com a ajuda de profissionais atualizados da área de nutrição. Compor um cardápio equilibrado e que faça sentido na sua vida é a chave.

O corpo sente

Para Sophie Deram, nutricionista, engenheira agrônoma e uma das vozes do undieting no Brasil, cada vez que uma dieta falha, nosso corpo percebe e reage. “A dieta restritiva desequilibra o organismo do paciente. Ele até pode emagrecer em um primeiro momento, mas depois tem a propensão de engordar de novo caso saia da dieta – e ele vai sair, pois não é saudável restringir a alimentação”, explica. Ou seja, quando privamos nosso organismo de maneira excessiva, o resultado é um efeito rebote, seja comendo em quantidades desenfreadas, seja fazendo de tudo para expelir este alimento – e é aí que entram os distúrbios alimentares.

Atenta aos sinais

Valéria Palazzo, psicóloga especialista em transtornos alimentares, conta que uma dieta restritiva pode ser o gatilho para transtornos alimentares graves.

“O TCAP (Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica) é o mais comum, porém, em casos mais severos, o paciente pode desenvolver até mesmo anorexia e bulimia nervosa”, conta. Mas atenta: passar por uma dieta restritiva não significa que você vá desenvolver algum destes transtornos, obrigatoriamente.

Segundo ela, muitos outros fatores estão envolvidos, como predisposições genéticas e estilo de vida. O ideal é que, ao perceber certos, sinais o paciente busque ajuda profissional o quanto antes. Estamos combinadas?

O poder das redes

Quem aí nunca se pegou se comparando com corpos alheios nas redes sociais? Ou buscando loucamente defeitos quando se olha no espelho (o body checking?). Quando percebemos que certos comportamentos nos afetam de forma negativa, seja por causa de um lifestyle ou beleza inalcançáveis, é hora de refletir. Se isso acontecer, pare, respire e tente entender por que isso te afeta. O botão unfollow está aí para ajudar.

Undieting em 3, 2, 1…

Bateu a ansiedade? Relembre as dicas das profissionais:

Coma quando tiver fome

É importante escutar o que seu corpo tem a dizer, não só na alimentação, mas em qualquer âmbito. De acordo com as profissionais, um dos maiores erros é não comer quando se tem fome, muitas vezes resultado de dietas e restrições. O grande segredo é escolher os alimentos certos na hora certa.

Não vilanize alimentos

De acordo com os conceitos do comportamento alimentar, demonizar certos alimentos não é a solução. Uma boa alimentação é composta por hábitos e o equilíbrio entre tudo o que você ingere. Portanto, não se culpe por comer aquela massa que você tanto gosta ou o brigadeiro no fim do dia.

Seja consciente

Muitas vezes comemos por conveniência e nem lembramos o que e nem por que comemos. Quer um exemplo? Aquele momento em que você vai na cozinha e acaba beliscando qualquer coisa sem a mínima vontade, simplesmente porque estava ali. Taí a grande sacada: não é proibido, mas tenha a consciência do que está comendo e por quê.

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