Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2016
Ross, o “advogado-inteligência-artificial”, ou “robô-advogado”, começa a trabalhar em breve em um dos maiores escritórios de advocacia dos Estados Unidos. Não se espera que ele atue em tribunais tão cedo. Por enquanto, ele só vai trabalhar internamente, operando como fonte inesgotável de informações para os 50 advogados da divisão de falências da empresa.
O primeiro “advogado” fruto da inteligência artificial foi criado de uma costela. Isso é, da tecnologia do Watson, a primeira máquina de computação cognitiva, desenvolvida pela IBM.
Ross tem a mesma capacidade do Watson, que pode processar, em apenas um segundo, 500 gigabytes, o equivalente a 1 milhão de livros, de acordo com a Wikipédia. No programa de televisão Jeopardy, que consiste em perguntas e respostas, ele venceu os dois campeões do país e ganhou 1 milhão de dólares – sem dificuldades, porque, afinal, ele teve acesso a 200 milhões de páginas de conteúdo estruturado e não estruturado, que consumiram quatro terabytes de armazenamento de disco. Venceu sem estar conectado à internet.
No escritório de advocacia, Ross servirá, basicamente, como um colega sabe-tudo, ao qual os advogados poderão fazer perguntas em linguagem natural, como fariam a outros advogados do escritório.
Biblioteca virtual.
Em outras palavras, é uma fonte de consulta avançada, como se fosse uma biblioteca virtual que adquire novos conhecimentos conforme eles surgem e com a vantagem de aprender, progressivamente, a se relacionar com os advogados com o tempo – e com o uso. A expectativa é que ele passe a dar respostas mais próximas do que eles esperam.
O “robô-advogado” pode arquivar toda a legislação do país, jurisprudências, precedentes, citações e qualquer outra fonte de informação jurídica. Além disso, pode atualizar seu conteúdo 24 horas por dia, todos os dias, e alertar os advogados sobre qualquer informação nova que afete um caso em que estão trabalhando.
Economia de tempo com pesquisas.
Os entusiastas do “robô-advogado” acreditam que a máquina irá melhorar o trabalho dos advogados, principalmente no que se refere à economia de tempo com pesquisas em um corpo enorme – e sempre crescente – de literatura jurídica, para preparar um caso.
Esse computador cognitivo pode fazer inferências da literatura jurídica, selecionar o que for relevante para um caso, formular hipóteses e gerar respostas sustentadas por referências e citações. Assim, os advogados podem dedicar seu tempo analisando os detalhes mais complexos dos casos e da legislação mais relevante.
Embora Ross esteja preparado para iniciar sua carreira na advocacia na área de falência, o escritório informou que, em breve, ele poderá atuar nas áreas tributária, trabalhista, criminal e de propriedade intelectual.
Alto custo.
O advogado Andrew Arruda, CEO da Baker & Hostetler, empresa onde Ross trabalhará, declarou que outros escritórios de advocacia estão, por enquanto silenciosamente, tratando da aquisição de seus “robôs-advogados”.
No entanto, isso não é um projeto para qualquer escritório de advocacia, por seu alto custo. De acordo com a IBM, só o hardware do Watson custa 3 milhões de dólares.