Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2021
Deputado denunciou supostas irregularidades nas negociações para a compra da Covaxin
Foto: Agência SenadoO Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pautou para esta terça-feira (21) uma sessão extraordinária virtual na qual deve ser apresentado o parecer sobre o pedido de cassação do mandato do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) por suposta “quebra de decoro parlamentar”.
A ação foi protocolada pelo PTB, presidido pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson, que, atualmente, está preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Entre os motivos da prisão, “fortes indícios” de calúnia, injúria e incitação ao crime.
Delator do escândalo do mensalão, que atingiu o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jefferson apresentou o pedido de cassação do mandato de Miranda na mesma semana em que o deputado federal e seu irmão – Luis Ricardo Miranda, servidor de carreira do Ministério da Saúde – denunciaram supostas irregularidades nas negociações para a compra da vacina Covaxin pela pasta.
O caso foi amplamente analisado na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 no Senado. Os irmãos Miranda disseram que informaram a Bolsonaro sobre as suspeitas de corrupção numa audiência que pediram com o presidente, que não desmentiu as informações.
Miranda afirmou que “todos sabem” do “histórico” de Roberto Jefferson. “Quando viu ali o nosso combate enfático contra a corrupção, deve ter lhe incomodado de alguma forma e criou uma denúncia fantasiosa baseada em fatos inverídicos”, disse. O congressista disse que, com seu irmão, “salvaram o Brasil de um prejuízo de R$ 1,6 bilhão”. Por isso, declarou que espera que o Conselho de Ética arquive o pedido de cassação para que ele “não fique ali sendo exposto, sangrando”. “É vergonhosa a atitude do mensaleiro, preso hoje, mais uma vez”, declarou Miranda.
“Todas [as denúncias foram] devidamente comprovadas, expostas, com cancelamento de contrato, com fábrica afirmando que os documentos apresentados pela Precisa [Medicamentos] realmente eram falsos, com pessoas denunciadas criminalmente, com CGU [Controladoria-Geral da União] afirmando que de fato tinha irregularidades. Quer dizer, tudo o que nós apresentamos era verdade”, afirmou.