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Política Envolvida na Operação Lava-Jato, construtora Novonor volta a adotar o nome Odebrecht após recuperação judicial

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O estopim da investigação da PF foram pagamentos de propina em contratos de obras e serviços para a Petrobras.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
O estopim da investigação da PF foram pagamentos de propina em contratos de obras e serviços para a Petrobras. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O braço de construção pesada da Novonor (antigo grupo Odebrecht), que entrou em crise após a Operação Lava-Jato em 2014 e a partir de 2019 adotou o nome OEC, voltou a usar, com destaque no nome, a tradicional logomarca − Odebrecht. A partir desta sexta-feira (2), conforme informação da companhia, a nova razão social será Odebrecht Engenharia & Construção. A construtora foi, no início deste século, até sua debacle, um das maiores empreiteiras de obras públicas e privadas da América Latina, com presença também nos EUA, Europa e África.

Em 2014, juntamente com outras grandes empreiteiras do País, como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão, a Construtora Odebrecht foi pivô de um dos maiores escândalos empresariais brasileiros, alvo de investigação da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

O estopim da investigação da PF foram pagamentos de propina em contratos de obras e serviços para a Petrobras. Com a investigação, todas as empreiteiras entraram em profunda crise financeira e operacional, e muitas delas recorreram a ações de recuperação judicial e também extrajudicial. Muitas das construtoras mudaram seus nomes.

Só recentemente, a agora ex-OEC concluiu seu processo de reestruturação financeira, com homologação do plano de recuperação judicial pedido em 2024, após insucessos nos planos de recuperação extrajudicial, iniciados em 2020. Após acordo com seus credores, a dívida da companhia, de US$ 4,6 bilhões (R$ 26,5 bilhões a valores atuais) foi reduzida para cerca de US$ 150 milhões (R$ 850 milhões).

Para o advogado da empresa, Eduardo Munhoz, “em vista dessa substancial redução da dívida financeira, pode se ter confiança de que a companhia terá plenas condições de voltar a investir e crescer”, disse em declaração após a assembleia de credores, realizada em fevereiro. A reestruturação da então OEC se deu quase seis anos após a antiga Odebrecht (hoje Novonor) anunciar a maior recuperação judicial da história brasileira, em junho de 2019, arrolando R$ 98,5 bilhões em dívidas à Justiça.

“A partir de 2 de maio, a identidade visual da companhia será renovada, acompanhando o momento vivido pela empresa após a recente homologação do seu plano de reestruturação financeira. A sigla “OEC”, até então central no logotipo, dá lugar ao nome “Odebrecht”, mantendo o descritivo “Engenharia & Construção”, que indica o seu segmento de atuação”, informou a empresa em comunicado.

As origens da empresa são de 1944, quando foi criada como Construtora Norberto Odebrecht (CNO). Ao longo de sua história, a construtora foi somente Odebrecht por mais 37 anos e quase 6 anos como OEC. Agora, volta a ser Odebrecht de novo. A Novonor, holding que controla a construtora e empresas dos setores imobiliário (OR), concessões e petroquímica (Braskem), continua adotando o mesmo nome e marca atuais.

Segundo a nota, a Odebrecht Engenharia & Construção continua a ser maior construtora de obras pesadas do País, com base em um ranking recente da revista especializada “O Empreiteiro”. Informa ainda que a companhia tem mais de 30 contratos ativos em carteira − equivalentes a um backlog superior a R$ 20 bilhões −, mais de 18 mil pessoas em obras e escritórios distribuídos pelo Brasil, Peru, Angola e Estados Unidos.

Nos últimos cinco anos, a empresa diz ter entregado mais de 36 projetos em sete países, num total de US$ 16 bilhões, em contratos de investimentos de clientes públicos e privados.

O último relatório anual da empresa informa que em 2023 a ex-OEC teve receita líquida de R$ 4,06 bilhões, com destaque para a participação de Angola (56,7%), seguido de Brasil (27,6%) e Peru (9,7%). Na última linha do balanço, a empresa registrou prejuízo de R$ 741,5 milhões, ante lucro de R$ 79 milhões no ano anterior.

Segundo Rodrigo Villar, diretor de comunicação e marketing da companhia, a nova marca da construtora simboliza também o retorno do foco do Grupo Novonor à engenharia e construção, onde tudo começou 80 anos atrás. O executivo diz que a Odebrecht Engenharia & Construção é responsável, em sua história, por mais de 3 mil obras em 38 países, entre usinas hidrelétricas, metrôs, ferrovias, pontes, aeroportos e refinarias de petróleo.

Atualmente, a empresa informa tocar no Brasil obras como o Rodoanel Norte, em São Paulo; a Ponte de Guaratuba e a PR-092, no Paraná e a BR-386 (ViaSul), entre outras. E destaca as refinarias de Lobito e Cabinda, em Angola, país onde a construtora teve uma enorme influência junto a seus governos. (Com informações do jornal O Estado de S.Paulo)

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