Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2016
Karla Beszkidnyak está há quatro anos no RS, respondendo pelo consulado geral do Uruguai no Estado. Diplomata de carreira, ela atesta em alto e bom tom a satisfação pela atividade que vem realizando desde então. “Foram quatro anos maravilhosos, profissionalmente, com imensas oportunidades de trabalho, até mesmo em função da diversidade dos vínculos entre gaúchos e uruguaios. Um período de muito crecimento e de uma rica experiência e aprofundamento entre o Uruguai e o RS, com resultados muito positivos”. Exemplos não faltam. Um deles, a participação anual do Uruguai na Expointer, com um estande em localização privilegiada dentro do Parque Assis Brasil, sempre repleto de visitantes, mostrando produtos e serviços que o país exibe. “Tentamos inovar a cada edição”.
Administrativamente, ela diz que o consulado implantou um programa piloto de informatização, envolvendo todos os processos de gestão, extensivo hoje a outros consulados localizados tanto no RS quanto fora do Estado. “Fomos o primeiro consulado do Uruguai a operar com tecnologia de ponta”. Em solo gaúcho, por exemplo, são sete consulados, presentes nas cidades de Pelotas, Chuí, Bagé, Jaguarão, Santana do Livramento e Quaraí, “todos respondendo ao consulado geral, na Capital”, diz ela.
O Uruguai hoje é sinônimo de confiança, potencialidade, estabilidade social e política. São fatores que instigam o empreendedorismo e o interesse crescente de parceiros com potencial para investir no país vizinho. “O consulado recebe diariamente inúmeras propostas de empresas que querem firmar parceria no país e não ficamos sem responder a nenhuma delas, o que mostra a agilidade e a rapidez com que trabalhamos”. Hoje, segundo Karla Beszkidnyak, dados da Polícia Federal apontam que vivem no RS cerca de 28 mil uruguaios. Considerando que no Brasil a estimativa é de 45 mil residentes, os números no Estado são significativos, elevando o interesse neste intercâmbio.
Culturalmente, Karla cita outras iniciativas do consulado, uma delas iniciada em 2013, quando foram ouvidas algumas mulheres uruguaias, residentes no RS, objetivando pontuar suas histórias e “identificar seus laços com o país de origem, porém sob o olhar dos gaúchos”. Os depoimentos deram origem a uma publicação, intitulada Memoria Social Uruguaya, Tú Eres Parte No Te Quedes Aparte, com lançamento previsto para junho próximo. Teatro, música, dança e literatura também entram na pauta dos projetos culturais do consulado, através da Semana da Cultura, realizada em anos ímpares no Uruguai e anos pares no RS, intercalando temas e povos. “Teremos este ano artistas uruguaios e gaúchos incorporados neste projeto, com um calendário que privilegiará não apenas Montevidéo mas também cidades fronteiriças, como Artigas, Riveira e Rio Branco”.
Ainda na área cultural ela cita a integração da Orquestra Jovem do RS com a Orquestra Juvenil do Sodre do Uruguai, com apresentações também em várias cidades da fronteira e Porto Alegre, provavelmente no Theatro São Pedro, no segundo semestre. “Este é um projeto muito querido porque compatibiliza cultura, conhecimento mútuo, trabalho, colaboração e responsabilidade social com crianças e jovens”.
Além de outras ações que passam por seminários de negócios, turismo e gastronomia, num reforço às potencialidades que o Uruguai oferta, os planos de Karla para este ano ainda centram esforços na saúde, através de projetos que visam o controle do Aedes Aegypti, “uma vez que o Uruguai deixa de ser o único país da América Latina sem o vírus da dengue”. Por tudo isto, ela reitera sua atuação como consul geral do Uruguai no RS. “Pra mim isto tudo está sendo muito marcante, amo este povo. Me sinto muito bem acolhida e agradeço ao RS e aos gaúchos por este acolhimento”.