Terça-feira, 19 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2025
Se você percebeu que a conta de luz andou pesando mais no bolso, saiba que isso tem tudo a ver com o clima. A mudança no padrão de chuvas em um planeta mais quente tem esvaziado os reservatórios — o que impacta diretamente a geração de energia e o quanto ela custa.
Em agosto, a conta ficou mais cara. Neste mês, o governo anunciou a adoção da bandeira vermelha patamar 2, justamente pelo baixo nível dos reservatórios. Essa é a tarifa mais cara do sistema.
Isso acontece porque a energia no Brasil depende, em sua maior parte, da água. Quase 60% da eletricidade consumida no país vem de usinas hidrelétricas, que precisam de rios cheios para funcionar bem.
No entanto, o país vem enfrentando dois extremos: seca e calor intenso. Em 2024, o Brasil registrou uma das maiores secas da história, que fez trechos de alguns dos principais rios desaparecerem. A isso se soma o calor excessivo, que acelera a evaporação da pouca água disponível. A consequência direta desses dois fatores é a baixa nos reservatórios em diversas regiões do País.
Nosso sistema é interligado e funciona como uma grande caixa-d’água. Quando está cheia, a distribuição de energia ocorre de forma estável e mais barata. Mas, quando os níveis baixam, o País precisa recorrer a outras fontes, como as usinas termelétricas — que são mais caras. É nesse momento que a conta de luz sobe.
Recentemente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela gestão do setor elétrico, alertou que a situação das hidrelétricas é motivo de preocupação. O órgão chegou a apontar que, diante do aumento da demanda por energia, seria necessário reavaliar até mesmo o retorno do horário de verão no futuro. Essa decisão ainda não foi tomada.
Cálculo
No Mercado Livre de Energia, o preço da energia é negociado diretamente entre consumidores e fornecedores, com base em fatores como volume contratado, prazo de fornecimento e variações no Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Esse valor é calculado semanalmente ou, em algumas situações, de forma horária, refletindo as condições de oferta e demanda no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Cabe à ANEEL garantir aos consumidores o pagamento de uma tarifa justa pela energia fornecida e, ao mesmo tempo, preservar o equilíbrio econômico-financeiro das concessionárias, para que possam prestar o serviço com a qualidade pactuada. Para tanto, no cálculo da tarifa, devem ser incluídos custos que a distribuidora tem.
A tarifa considera três custos distintos:
• Energia gerada + transporte de energia até as unidades consumidores (transmissão e distribuição) + encargos setoriais
• Além da tarifa, os Governos Federal, Estadual e Municipal cobram os seguintes tributos na conta de luz: PIS/COFINS, ICMS e Contribuição para Iluminação Pública (CIP), respectivamente.