Segunda-feira, 09 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2017
A Marinha argentina informou na tarde dessa segunda-feira que o capitão do submarino ARA San Juan, que desapareceu na quarta-feira no Oceano Atlântico com 44 tripulantes, relatou avarias nas baterias em sua última comunicação com a base.
“A embarcação saiu à superfície e comunicou essa avaria, por isso, o comando da Marinha lhe disse que mudasse sua rota e viesse a Mar del Plata”, afirmou Gabriel Galeazzi, comandante da base naval da cidade argentina, 400 quilômetros ao Sul de Buenos Aires, onde o submarino deveria chegar nessa segunda-feira.
O comandante do submarino informou em seu último contato um “curto-circuito que teria ocorrido nas baterias”, explicou Galeazzi. Para a Marinha, no entanto, essa avaria não seria motivo para afetar, naquele momento, a capacidade de propulsão da embarcação. “Depois, foi informado em comunicação satelital – com o submarino submerso – que estavam sem novidades pessoais e continuavam navegando em imersão”, disse.
Telefone
Pouco antes, a Marinha argentina informou que as tentativas de chamadas telefônicas via satélite detectadas no sábado atribuídas à embarcação não vieram do submarino.
“Recebemos oficialmente o relatório da empresa que investigou todos os sinais e explicou que as sete tentativas de comunicação do sábado não têm correspondência com o telefone satelital do submarino”, afirmou o porta-voz da Marinha Enrique Balbi, em entrevista coletiva em Buenos Aires.
As sete chamadas, que fizeram aumentar as expectativas de que a embarcação seria localizada, foram detectadas com a colaboração de uma empresa americana especializada em comunicação via satélite.
As buscas pelo submarino argentino “ARA San Juan”, que perdeu contato com a base na semana passada, prosseguem nesta semana. O “ARA San Juan” navegava entre o porto de Ushuaia e o Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires, quando perdeu qualquer contato. Todos os navios na zona foram convocados para informar sobre qualquer visualização ou sinal de comunicação do submarino, assim como as bases do litoral.
ARA significa Armada da República Argentina e todos os navios da Marinha de Guerra levam esse prefixo em seu nome. A Argentina recebeu formalmente ofertas de ajuda por parte do Brasil, Chile, Uruguai, Peru, Estados Unidos, Reino Unido e África do Sul, segundo a Marinha do país.
Teorias
Os drones da Marinha dos EUA tentarão encontrar o submarino argentino. Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista militar Konstantin Sivkov falou sobre a utilização de aparelhos autônomos submersos nas buscas do submarino. A Marinha dos EUA enviou drones submarinos para ajudar a buscar a embarcação argentina, que sumiu dos radares na semana passada.
O especialista militar Konstantin Sivkov disse que a utilização de drones submarinos aumenta significativamente as chances de encontrar a embarcação.
“Se o submarino tiver afundado, se toda a tripulação tiver morrido e se todos os mecanismos estiverem desligados, então não faz sentido buscá-lo com ajuda de sistemas tradicionais. Caso a embarcação esteja no fundo do mar, então uma sondagem hidráulica ativa também não ajudaria muito, visto que os reflexos heterogêneos do solo camuflariam o submarino. Ou seja, resta apenas uma maneira de encontrá-lo – busca hidroacústica ou visual, desempenhada pelos drones norte-americanos, o que aumentará as chances de encontrar a embarcação”, explicou Konstantin Sivkov.
De acordo com o especialista, o desaparecimento pode ter sido causado por diferentes motivos. “Típicas situações de emergência nestes submarinos representam incêndio por causa de curto-circuito. Pode se tratar também de um acidente, relacionado à utilização inapropriada de munições – explosão submersa. Mas, na realidade, casos assim devem ser registrados para detecção [da explosão]”, ressaltou Konstantin Sivkov.
O submarino San Juan foi construído na Alemanha e entrou em serviço da Marinha da Argentina em 1985. Esta embarcação consegue ficar submersa por dois dias; há cinco dias está desaparecida.
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