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Brasil Contra o garimpo ilegal, peritos da Polícia Federal mapeiam “DNA” dos tipos de ouro extraídos no país

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A ação faz parte do projeto chamado Ouro Alvo, que deve receber recursos do Fundo Amazônia, negociados com os Estados Unidos e o Reino Unido

Foto: José Cruz/Agência Brasil
A ação faz parte do projeto chamado Ouro Alvo, que deve receber recursos do Fundo Amazônia, negociados com os Estados Unidos e o Reino Unido. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A Polícia Federal (PF) trabalha para concluir até o fim do ano uma espécie de “ouroteca”, ou seja, o mapeamento dos tipos de ouro existentes no solo das diferentes regiões do país. O plano é utilizar as informações desse grande banco de dados para identificar, por exemplo, se uma joia ou uma pepita vieram de uma terra indígena, o que é irregular, ou de uma área de exploração legalizada.

A ação faz parte do projeto chamado Ouro Alvo, que deve receber recursos do Fundo Amazônia, negociados com os Estados Unidos e o Reino Unido.

A categorização é possível pois cada fragmento de ouro possui uma espécie de digital (uma característica química única ligada ao lugar de onde ele é extraído da natureza). O levantamento das variedades do minério encontradas em território nacional está sendo feito pelo Setor de Perícias em Geologia da Polícia Federal, que mantém um laboratório de alta tecnologia no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília.

“Estamos identificando o DNA do ouro com a ajuda de equipamentos que fazem a análise isotópica e conseguem apontar se um lingote apreendido, por exemplo, tem 70% de ouro da Terra Yanomani e 30% da jazida do Tapajós”, explicou o delegado Humberto Freire, chefe da diretoria de Amazônia e Meio Ambiente da PF.

De acordo com Freire, o projeto é um dos considerados prioritários da corporação no combate ao crime ambiental. A meta da PF é concluir até o fim deste ano o primeiro catálogo de perfis auríferos do país, com informações de pelo menos 15 estados do país.

Para construir a “ouroteca”, os peritos precisam coletar amostras do solo e cruzar as suas características com a do ouro confiscado ou fornecido por empresas mineradoras. O ouro é analisado por meio de dois aparelhos eletrônicos (um raio-X que mede a fluorescência dos elétrons e um microscópio de varredura que permite visualizá-lo em formato de grãos. A análise permite identificar se a matéria-prima foi extraída de garimpo ou de áreas de mineração industrial) o equipamento consegue revelar traços de mercúrio, entre outros elementos.

“E cada grão de ouro conta a sua história. O ouro de garimpo, geralmente, tem os grãos mais arredondados e alongados, porque vêm de barrancos e leitos dos rios”, disse o perito Ricardo Moraes, gerente do programa Ouro Alvo.

Os peritos marcaram para o mês de agosto uma expedição ao sul do Pará, que, conforme as apurações, é a origem da maior parte do ouro ilegal extraído no país. A área abriga reservas indígenas dos povos Kayapó e Mundurukus.

Em janeiro de 2020, a PF prendeu no Aeroporto Internacional de Manaus dois homens que carregavam 35 quilos de ouro na bagagem. Segundo as investigações, a carga seria encaminhada aos Estados Unidos. Eles apresentaram a documentação das pepitas, mas ao analisá-las os agentes detectaram marcas de oxidação e mercúrio, indícios de que era ouro de garimpo ilegal. A ação inspirou o início da Ouro Alvo. Em 2021, 221 quilos de ouro foram apreendidos pela corporação, maior quantidade da série histórica iniciada em 2010.

 

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