Flávio Pereira Contrariando Dória e Leite, cúpula do PSDB não quer candidato a presidente em 2022
Por Flavio Pereira | 25 de julho de 2021
A cúpula do PSDB — onde está presente a forte influência do deputado federal Aécio Neves — já fechou questão sobre o não lançamento de candidatura própria à presidência da República em 2022. A maioria da bancada federal do partido apóia esta iniciativa, contra a vontade de pré-candidatos, como os governadores João Dória (SP) e Eduardo Leite (RS) que buscam ocupar um espaço de terceira via entre Jair Bolsonaro e Lula.
A estimativa de gastar a maior parte do Fundo Eleitoral com uma candidatura presidencial de risco foi pesada nesta decisão. Leva-se em conta a candidatura de Geraldo Alckmin em 2018, que consumiu R$ 53 milhões, o equivalente a 92,9% do Fundo Eleitoral, sobrando apenas R$ 19,3 milhões para apoiar as candidaturas de Senadores e deputados federais.
A previsão é de que o Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões, que será vetado pelo presidente Jair Bolsonaro, fique em R$ 4 bilhões, o que já seria o dobro do valor liberado em 2018.
Bancada forte é mais importante
Em 2018, descontadas as preferências das cotas para candidatos negros e mulheres sobrou um valor irrisório para os deputados que tentavam a reeleição. A avaliação do partido é de que, depois de ver reduzida sua bancada na Câmara dos Deputados de 49 para 29 deputados, o PSDB perdeu relevância em um sistema semiparlamentarista, onde é importante ter bancada forte no Congresso.
Esse é o pensamento que hoje domina a maior parte dos partidos: montar listas fortes de candidaturas à Câmara dos Deputados. O número de deputados federais define a divisão do tempo de propaganda eleitoral, o Fundo Partidário e o Fundo Eleitoral.
O destino de Dória e Eduardo Leite
Mantida essa tendência no PSDB, restaria aos pré-candidatos João Dória e Eduardo Leite, que sonham em apresentar-se como terceira via, dois caminhos: trocar de partido para manter o projeto ou buscar a alternativa de vice de outro candidato. Mas a proposta precisaria de um partido disposto a investir em um projeto presidencial de alto risco, em detrimento de apostar na eleição de deputados federais.
Sobrepreço na Coronavac de Dória?
Prato cheio para a CPI do Circo no Senado, caso esta fosse uma comissão séria:
O Laboratório chinês Sinovac ofereceu ao Governo Federal vacinas Coronavac ao custo de 5 dólares por dose. O tema foi encaminhado à Controladoria Geral da União para apurar porque o Instituto Butantan em São Paulo paga o dobro: 10 dólares por dose da vacina, desembolsados pelo SUS.
Sabedorias das redes sociais
Uma pérola que circula nas redes sociais, é especialmente reveladora dos tempos atuais:
“Jair Bolsonaro é acusado de superfaturamento em um produto que nem comprou. Lula é inocentado pelos milhões que desviou. Esse é o Brasil!”
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