Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 29 de novembro de 2015
Uma auditoria da Petrobras detectou falhas na aprovação de contrato de 140 milhões de reais da BR Distribuidora, que teria financiado suposto pagamento de propina do banqueiro André Esteves ao senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). A auditoria está sendo analisada pela Procuradoria-Geral da República no âmbito da Lava-Jato, em um dos inquéritos que investigam Collor.
A negociação envolveria a troca de bandeira de postos de combustíveis de São Paulo, que pertenciam a uma companhia de investimentos dos sócios da BTG Pactual e ao Grupo Santiago.
O doleiro Alberto Youssef contou em sua delação premiada que caberia ao ex-ministro de Collor Pedro Paulo Leoni Ramos receber 6 milhões de reais de propina no negócio. As declarações foram corroboradas pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que fala em sua delação sobre pagamento de vantagem indevida a Collor pelo BTG.
Esteves teria tido acesso à minuta do acordo de delação de Cerveró e tentado negociar uma mesada ao ex-diretor para evitar ser citado. Esse foi um dos motivos para o pedido de prisão do banqueiro e do líder do governo Dilma no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), ocorrida na última quarta-feira (25).
Segundo a auditoria da Petrobras, a diretoria da rede de postos de serviço da BR Distribuidora apresentou números falsos à diretoria executiva para obter a aprovação do negócio, um contrato com a DVBR, empresa ligada ao banco e ao grupo.
O relatório diz ainda que “o número estipulado como base de volume para a celebração do negócio não se baseou num relatório de auditoria, mas sim [em] um relatório não auditado e realizado sem qualquer verificação de campo”. (Folhapress)