Ícone do site Jornal O Sul

Conversa com IA pode ser traição para 60% dos brasileiros, diz pesquisa

A ideia de se apaixonar por uma IA ainda enfrenta bastante ceticismo no Brasil. (Foto: Reprodução)

Uma pesquisa aponta que seis em cada dez brasileiros consideram que manter um relacionamento afetivo e erótico com a inteligência artificial pode ser considerado traição caso a pessoa esteja em um relacionamento. O levantamento ouviu usuários do Gleeden, plataforma internacional especializada em relações sem compromisso e comportamento afetivo, ao longo do mês de novembro.

A preocupação pode parecer distante para alguns, mas 36% disse que considera a possibilidade de se abrir emocionalmente com uma IA e 29% admitiu já ter usado a ferramenta com fins eróticos “às vezes” ou “frequentemente”.

A ideia de se apaixonar por uma IA ainda enfrenta bastante ceticismo no Brasil: 83% dos entrevistados disseram que isso seria impossível, e apenas 17% admitiram que “poderia acontecer”.

Thaís Plaza, terapeuta sexual e embaixadora do Gleeden no Brasil, pontuou que a tecnologia geralmente não é a origem dos problemas, mas pode servir como fuga para questões já existentes na relação.

“A IA não é o ponto de partida de um divórcio; ela nem deveria ser colocada como pauta ou motivo de uma separação. Quando alguém recorre a uma inteligência artificial para suprir algo, geralmente isso revela um vazio afetivo ou uma dificuldade pré-existente no relacionamento”, disse Plaza.

Robôs digitais

Em outra frente, jovens brasileiros têm informações e incorporaram a inteligência artificial (IA) em seu dia a dia com a popularização de robôs digitais (chatbots ) e plataformas como ChatGPT, Gemini e Perplexity, mostra uma pesquisa realizada com 2 mil jovens entre 14 e 29 anos realizada pela Nexus em parceria com Demà, empresa tecnologia educacional que oferece soluções para aprimorar o aprendizado, principalmente, de jovens.

Entre jovens das classes mais baixas, o medo é maior e se agrava com o menor acesso a tecnologia e capacitação para o uso de ferramentas digitais. Ainda assim é grande a proporção de jovens em famílias de vulnerabilidade social que têm informação sobre o que é a IA e os desafios que ela impõe no mercado de trabalho.

Cerca de 90% dos entrevistados já ouviram falar de IA, inclusive os que estão situação de vulnerabilidade (84%).

Segundo o levantamento, cerca de 90% dos entrevistados conhecem a IA, margem não muito distante da realidade de pessoas de classe mais baixa. Em famílias vulneráveis, esse índice é de 84%. A grande maioria concorda que é preciso conhecer regras de IA e sua importância:

– 65% consideram importante dominar ferramentas de IA para a carreira futura

– 38% dizem que saber usar IA é um fator importante para conseguir um emprego de qualidade

Para os angustiados, no entanto, o avanço e popularização da IA generativa assusta. Dos 2 mil jovens ouvidos, 47% dizem se sentir mais preocupados do que empolgados com o avanço da automação digital sobre atividades humanas no momento em que se preparam para entrar ou dão os primeiros passos no mercado de trabalho.

Ainda que temam perder um emprego para uma máquina, os jovens estão cada vez mais familiarizados com a nova tecnologia. Sete em cada dez jovens afirmam ter contato quase diário com ferramentas ou conteúdos baseados em inteligência artificial. As informações são da CNN e do jornal O Globo.

Sair da versão mobile