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Economia Copom deve fechar o ano com taxa Selic em 15% ao ano e manter flexibilidade sobre quando viria corte de juros

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Mercado estima que o início de um ciclo de redução dos juros está próximo. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

À véspera da última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), é praticamente unânime no mercado a percepção de que a taxa básica de juros (Selic) será mantida em 15% ao ano, mas que o início de um ciclo de redução dos juros está próximo.

O quão próximo, porém, ainda é o ponto de dúvida entre os economistas, e, diante dessa incerteza, os olhares se voltam para a comunicação do colegiado, em busca de sinais de seus próximos passos.

Apesar dessa expectativa, a tendência é que essa seja mais uma reunião sem a definição de um forward guidance (orientação sobre futuros passos). O colegiado tende a fazer apenas ajustes marginais na comunicação, para alinhá-la às declarações mais recentes de seus membros. Assim, deve reforçar uma postura dependente de dados e manter certa flexibilidade para as decisões seguintes, analisam economistas consultados pelo Estadão/Broadcast.

Até o início da última semana, prevalecia no mercado a interpretação de que a “seta” do Comitê para as próximas decisões estaria atrelada ao trecho que aborda a manutenção dos juros em 15% por “período bastante prolongado”.

Contudo, a leitura perdeu força depois que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, esclareceu que a expressão não é “zerada” a cada nova reunião, indicando que uma modificação do recado não seria necessária para o início de um ciclo de afrouxamento.

“Ficou claro que o ‘bastante prolongado’ significa uma integral e não a partir de cada reunião”, afirma a diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS GWM, Solange Srour, cuja projeção é de maior probabilidade de cortes a partir de março ou abril.

Ela entende que a retirada ou manutenção do trecho não seriam indicativos obrigatórios dos próximos passos do Comitê, e levanta a possibilidade de uma terceira opção, na qual o Copom faça apenas uma alteração na frase, ajustando o tempo verbal.

Para Srour, caso o Comitê já planeje reduzir a Selic em janeiro, é possível que adicione algum recado sobre ter parcimônia e cautela nos próximos passos. Ela frisa, no entanto, que é mais provável que esse tipo de alteração ocorra somente a partir da próxima reunião.

Observa ainda que o cenário está se desenvolvendo conforme as expectativas do Copom, mas que o progresso tem sido gradual, tanto na inflação quanto na economia. Com isso, ele avalia que o colegiado tende a “não querer criar muita discussão, manter mais ou menos a mesma comunicação e esperar mais 45 dias para ver como o cenário evolui”.

A adoção de uma comunicação cada vez mais dependente de dados pela autoridade monetária é a aposta do economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, que prevê início dos cortes em março.

Ele afirma que, na reunião atual, estará atento à avaliação sobre a melhora do cenário. “Se essa desaceleração e desinflação são mais permanentes e dá para cortar juros ou se ainda é muito cedo e essa melhora não está sendo tão expressiva”, diz. “Acho que virão mais para essa segunda linha, porque é o que o Galípolo tem falado publicamente. Ele tem ido na direção de que ‘melhorou, mas está gradual, mais lento e menos intenso do que gostaríamos’.”

Em razão disso, para Megale, a comunicação de dezembro ainda deve ser focada em trazer as expectativas mais para baixo. No entanto, se o cenário seguir evoluindo dessa forma, o Comitê deve se mostrar mais dependente de dados em janeiro e, na sequência, cortar em março, acrescenta.

Embora entenda ser possível que o Copom corte os juros mesmo mantendo o “bastante prolongado” na comunicação, o economista pondera que um ajuste na frase pode fazer sentido, e cita a supressão do termo “bastante”, por exemplo.

O sócio e economista-sênior da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, projeta início dos cortes em janeiro, mas diz que esperar até março “não seria nada fora de questão”.

Ele avalia que, desde a última reunião, houve melhora no cenário econômico – no ciclo desinflacionário, na desaceleração da atividade e nos sinais de algum esfriamento no mercado de trabalho, embora ele ainda siga apertado -, e vê como provável que esses avanços sejam reconhecidos, ainda que dentro de uma postura cuidadosa do Comitê, com mudanças sutis.

“Ele não vai querer transmitir uma mensagem muito clara de que, por exemplo, já em janeiro vai reduzir”, diz Campos Neto, para quem a dúvida do mercado sobre o timing do início do afrouxamento deve permanecer no ar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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