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Brasil Copom leva juros para 11,25%, o maior corte em 8 anos

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Ilan Goldfajn afirma em entrevista que não existe nada sem juros no mundo. (Foto: Agência Brasil)

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (12) um corte de 1 ponto percentual nos juros, que passaram de 12,25% para 11,25% ao ano. A decisão foi por unanimidade e sem viés, e foi o quinto corte seguido da Selic, mas com aceleração do ritmo, já que os dois últimos cortes haviam sido de 0,75 ponto percentual.

O corte maior já estava prevista pelo mercado, embora alguns apostassem em uma redução ainda maior. Tornou-se o maior corte da Selic em mais de 8 anos. Em janeiro de 2009, a taxa havia sido cortada de 12,75% para 11,25% em reação ao agravamento da crise financeira.

Mesmo assim, o Brasil segue campeão mundial de juros reais, de acordo com ranking do site MoneYou com a Infinity Asset Management.

O corte foi maior porque o Banco Central considerou que a trajetória da inflação é de queda livre. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do primeiro trimestre de 2017 foi o mais baixo para o período desde o início do Plano Real em 1994.

Ao aumentar juros, o Copom encarece o crédito e estimula a poupança, contendo a demanda fazendo menos pressão sobre a atividade e os preços, mas o desejado era o contrário, por isso o corte. A meta de inflação para 2017 é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

No Relatório Trimestral de Inflação divulgado no final de março o BC apontou uma expectativa de inflação de 4% em 2017 e 4,5% em 2018.

 

A nota do Copom:

O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic em um ponto percentual, para 11,25% a.a., sem viés.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom permanece compatível com estabilização da economia no curto prazo. A evidência sugere uma retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017;

No âmbito externo, o cenário ainda é bastante incerto. Entretanto, até o momento, esse cenário tem mitigado os efeitos sobre a economia brasileira de possíveis revisões de política econômica em algumas economias centrais, notadamente nos EUA. Há incerteza sobre a sustentabilidade do crescimento econômico global e sobre a manutenção dos níveis correntes de preços de commodities;

O comportamento da inflação permanece favorável. O processo de desinflação se difundiu e houve consolidação da desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. A desinflação dos preços de alimentos constitui choque de oferta favorável;

As expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,1% para 2017, mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018 e, para 2019 e horizontes mais distantes, encontram-se ligeiramente abaixo de 4,5%; e

No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom encontram-se em torno de 4,1% em 2017 e mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018. Esse cenário supõe trajetória de juros que alcança 8,5% a.a. ao final de 2017 e se mantém nesse nível até o final de 2018.

O Comitê ressalta que seu cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções: (i) o alto grau de incerteza no cenário externo pode dificultar o processo de desinflação; (ii) a aprovação e implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia são relevantes para a sustentabilidade da desinflação e para a redução da taxa de juros estrutural; (iii) o choque de oferta favorável nos preços de alimentos pode produzir efeitos secundários e, portanto, contribuir para quedas adicionais das expectativas de inflação e da inflação em outros setores da economia; e (iv) a recuperação da economia pode ser mais (ou menos) demorada e gradual do que a antecipada.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros em um ponto percentual, para 11,25% a.a., sem viés. Essa intensificação moderada em relação ao ritmo das reuniões de janeiro e fevereiro mostra-se, no momento, adequada. O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e, com peso gradualmente crescente, de 2018, é compatível com o processo de flexibilização monetária.

O Copom entende que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira, que continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo, mas também da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco mencionados acima e das projeções e expectativas de inflação.

O Copom ressalta que o ritmo de flexibilização monetária dependerá da extensão do ciclo pretendido e do grau de sua antecipação, que por sua vez dependerá da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco mencionados acima, e das projeções e expectativas de inflação. O Comitê considera o atual ritmo adequado, entretanto, a atual conjuntura econômica recomenda monitorar a evolução dos determinantes do grau de antecipação do ciclo.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.”

 

tags: economia

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https://www.osul.com.br/copom-leva-juros-para-1125-o-maior-corte-em-8-anos/ Copom leva juros para 11,25%, o maior corte em 8 anos 2017-04-12
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