Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2020
Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Tocantins, por exemplo, criaram linhas de créditos especiais a micro e pequenos empreendimentos
Foto: Marcello Casal Jr/Agência BrasilA pandemia provocada pelo coronavírus fez com que 23 Estados e o Distrito Federal adotassem auxílios financeiros próprios, como linhas especiais a micro-empreendedores e apoio a estudantes, para conter a crise econômica.
Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Tocantins, por exemplo, criaram linhas de créditos especiais a micro e pequenos empreendimentos, aponta o Mapa Covid-19, divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Além disso, 17 Estados fecharam rodovias para frear a disseminação da doença, e sete adotaram o lockdown.
O levantamento, com dados até 21 de maio, analisa como os Estados, a União e quatro capitais (Rio, São Paulo, Manaus e Fortaleza) reagiram à pandemia desde que o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado no Brasil, em 26 de fevereiro.
A conclusão é de que, em três meses, houve uma enxurrada de legislações feitas para reorganizar a estrutura de ação dos governos e um processo de “desfederalização”, com o fortalecimento de alianças regionais – com destaque ao Consórcio do Nordeste, que fundou um comitê científico sob coordenação do neurocientista Miguel Nicolelis.
Com isso, o enfrentamento à pandemia ocorreu de forma descentralizada – cada local adotou uma medida em um período. Um exemplo citado no relatório é a política de isolamento: enquanto Goiás, o primeiro Estado a declarar emergência, retomava a atividade em alguns setores econômicos, o Maranhão decretava lockdown – a medida mais severa de isolamento social.
Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde passava pela troca de dois ministros (Luiz Henrique Mandetta, em 16 de abril; e Nelson Teich, em 15 de maio) e a indicação de um ministro interino, Eduardo Pazuello, que está comandando a pasta desde a saída de Teich.
“Se quiser compreender a realidade do Brasil, é preciso reconhecer o fato de que não existe uma guerra, mas inúmeras batalhas diferentes sendo travadas pelo Brasil afora contra a pandemia”, afirma o coordenador da pesquisa, Daniel Vargas, professor da Escola de Economia da FGV, em São Paulo, e da Escola de Direito, no Rio de Janeiro.