Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2017
Acossado pela denúncia de corrupção da PGR (Procuradoria Geral da República) e pela possibilidade de deixar mais cedo o comando do país, Michel Temer tem se encastelado nos palácios de Brasília reservados ao presidente da República. E para evitar que a imprensa lance seus olhares sobre o entra e sai de visitantes do Palácio do Jaburu – residência oficial da vice-presidência –, o governo mandou instalar na última semana um corredor de plantas em uma das laterais da estrutura coberta que liga a área de desembarque de carros até a entrada principal do palácio.
Nas duas imagens acima é possível comparar como era a visão da área de entrada do Jaburu sem o corredor de plantas e como ficou agora com o paredão de plantas. É possível perceber como ficou difícil de identificar quem ingressa na residência oficial.
Após um bate e volta a São Paulo no sábado para tratar com o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira da estratégia para barrar a denúncia de corrupção passiva no Congresso Nacional, Temer voltou no mesmo dia para a capital federal. Nesse domingo, ele não teve agenda oficial. O “corredor verde” providenciado pelo governo encobriu boa parte da visão das lentes de fotógrafos e cinegrafistas que fazem plantão em frente ao Jaburu para monitorar quem entra na residência oficial. Agora, é possível apenas, de relance, olhar os visitantes no momento em que eles desembarcam dos veículos. Os passos que eles dão em direção ao palácio ficaram encobertos pelas plantas ornamentais.
Neste domingo, houve uma pequena movimentação na residência oficial, mas não foi possível identificar a identidade dos visitantes em razão do paredão verde. A assessoria do Planalto não informou quem eram as pessoas que foram ao Jaburu neste domingo.
Residência oficial
Foi no mesmo Palácio do Jaburu que Temer recebeu em março, na calada da noite e sem registro na agenda oficial, o empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS.
Na ocasião, Joesley gravou a conversa com o presidente na qual revelou crimes e, segundo o Ministério Público, obteve aval para continuar pagando mesada ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba pela Operação Lava-Jato, para evitar que ele fechasse delação premiada com os procuradores. Depois, o empresário entregou a gravação à Procuradoria-Geral da República para negociar uma colaboração premiada.
Temer mora no Palácio do Jaburu desde janeiro de 2011, quando assumiu a vice-presidência. Em março deste ano, após uma brevíssima estadia no Palácio da Alvorada, ele e a família desistiram de morar na residência oficial da Presidência alegando desconforto com os imensos salões projetados por Oscar Niemayer para a casa do presidente da República.
Ao longo dos sete anos em que o peemedebista vive no Jaburu, esta é a primeira vez que o corredor de acesso ao palácio é encoberto por plantas. (AG)