Quinta-feira, 06 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de agosto de 2015
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A corrupção é uma forma de violência contra a sociedade. Agride a ética, a moralidade e a decência das pessoas de todas as classes sociais. Não suficiente, o povo assaltado ainda é tratado com desprezo à inteligência mediana pelo governo, diretamente, através de seus porta-vozes, e, indiretamente, por meio de seus ventríloquos na imprensa controlada informalmente quase do mesmo modo que desejam fazer formalmente mediante o Controle Social da Mídia (apelido para censura).
As entrevistas dos representantes do governo e o colunismo dessa segunda-feira, assinado por jornalistas chapa-branca, tripudiaram sobre quem se rebela contra a corrupção e acha que a presidente Dilma Rousseff deve ter o mesmo destino do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, por razões semelhantes. A motivação não é igual, porque, perto do lulopetismo, PC Farias e sua camarilha não passam de ladrões de moedas esquecidas por mendigo.
As vozes eloquentes do governo tratam os protestos democráticos que se espalharam pelo país como “intolerância”. Alguns jornalistas do governo se referem aos colegas críticos à corrupção ampla, com delatores e acusados condenados (poucos, por enquanto), como denuncistas à moda Carlos Lacerda (jornalista-político inimigo do ditador Getúlio Vargas, um golpista arrogante, amigo do nazismo e do fascismo). Outros preferem tratar quem não é governista (jornalista ou não) como mentecapto, escrevendo que Dilma recuperou força na semana passada e, por isso, os protestos foram menores.
O quadro é esse na imprensa gaúcha. Quem não faz vistas grossas para a corrupção e critica Dilma, Lula e o PT é virulento, mentiroso e só quer prejudicar o lulopetismo. Quem acha que os protestos poderiam ser maiores, caso a imprensa não boicotasse o evento justo, não foi capaz de descobrir que a menor presença nas ruas resulta da reaproximação Renan-Dilma, do rompimento de Cunha-Dilma (empurrou os empresários para o colo do governo) e por aí vai o festival de asneiras destinado a manipular incautos. Parece que o povo passou dias estudando as relações Executivo-Legislativo para protestar ou não.
Os jornalistas do governo estão aí para tergiversar e sofismar, mentir e omitir. São militantes com suficiente coragem para tentar impingir à opinião pública a estúpida ideia de que a contagem de manifestantes por metro quadrado de rua ou logradouro é coisa séria. Um exemplo dessa “seriedade”: a avenida Paulista comportaria 1,5 milhão de pessoas, mas, embora lotada, nesse domingo, o cálculo divulgado indicou a presença de 125 mil pessoas. Não poderia ser o maior das três manifestações em um ano. Tanto o primeiro número quanto o segundo são apenas “chutes”. Mas precisava haver entre os dois uma diferença desse tamanho? Quem é capaz de acredita nisso?
Nenhuma contagem de manifestantes, por mais séria que fosse, teria a menor importância diante de um fato público e notório. De março para cá – ou de abril, se quiserem -, Dilma elevou sua rejeição entre milhões de pessoas que poderiam estar nas ruas, mas não estavam. Não estavam, porque não quiseram ou porque foram desestimuladas pelas promessas de violência de sindicalistas-militantes ou pelo boicote às notícias do evento imposto por militantes-jornalistas. Falo das pesquisas científicas, que indicam ridículos 7% de apoio à presidente. Mais de 90% querem ver o governo lulopetista pelas costas. Isso é ou não é mais importante do que contar manifestante com trena de pedreiro, senhoras e senhores porta-vozes oficiais e informais do governo? (Clesio Boeira.)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.