Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2021
A CPI da Covid deve avançar com cautela sobre Braga Netto. Por ora, a ideia, segundo senadores do G7, é deixar para colher o depoimento do general mais para frente. Também há intenção de deixar claro que o interesse está menos no papel dele como ministro da Defesa e mais na atuação como palaciano, ex-Casa Civil que coordenou os trabalhos do governo no enfrentamento à pandemia.
Se Braga Netto fosse convocado agora, como defenderam alguns senadores, poderia parecer mera reação ao estresse com as Forças Armadas na semana passada.
É justamente essa politização, segundo a cúpula da CPI, que os governistas buscam. Querem criar narrativa de que a comissão tenta investigar a instituição das Forças Armadas, o que não é verdade.
Requerimento
A CPI da Covid aprovou na quinta-feira (15) um requerimento para que a Casa Civil forneça os e-mails de demais comunicações do atual ministro da Defesa, Braga Netto. Ele foi ministro da Casa Civil entre fevereiro do ano passado e março deste ano, época em que coordenou ações de enfrentamento à pandemia.
Braga Netto voltou a ficar na mira da CPI após soltar uma nota na semana passada com críticas ao presidente da comissão, senador Omar Aziz, e dizendo que “as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”.
O requerimento aprovado é de autoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE). Na última terça-feira (13), ele criticou Braga Netto. Há ainda três requerimentos e convocação de Braga Netto na CPI, mas eles não foram analisados anda.
Foi uma reação aos comentários de Omar sobre o envolvimento de militares em irregularidades no Ministério da Saúde. Braga Netto e outros senadores reagiram dizendo que não ficariam intimidados.
“Fez uma ameaça que tem por objetivo intimidar os trabalhos da CPI”, disse Rogério Carvalho, sugerindo que o temor dele era na verdade em relação à época em que foi ministro da Casa Civil e coordenou ações contra a pandemia:
“Isso pode ser a base da tentativa de intimidar a comissão, para que esta comissão não solicite a comunicação interna dele [na Casa Civil] com os demais ministros da Esplanada para ver como ele conduziu no combate à covid-19”, disse Rogério Carvalho.