Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2021
Roberto Dias deixou o cargo na semana passada
Foto: Reprodução de TVA CPI da Covid ouve nesta quarta-feira (07) Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Os senadores vão questioná-lo sobre a suspeita de que teria pedido propina durante negociações para aquisição de vacinas.
Roberto Dias deixou o cargo na semana passada, em meio à acusação de Luiz Paulo Dominguetti – que se apresenta como representante da Davati Medical Supply – de que em fevereiro, durante um jantar em Brasília, teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina da AstraZeneca, em uma negociação que envolveria 400 milhões de doses.
Roberto Dias nega ter pedido propina e afirma que “terceiros” têm interesse na denúncia. Diz também que não conhecia Dominguetti e que jantava com um amigo quando o vendedor de vacinas apareceu.
Quando a denúncia surgiu, a AstraZeneca informou que não tem intermediários no Brasil. Também afirmou que todas as doses de vacina do laboratório estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais, como o consórcio internacional Covax Facility. A empresa acrescentou que não disponibiliza vacinas para o mercado privado nem para prefeituras e governos estaduais.
Também na ocasião, a Davati disse que Dominguetti não tem vínculo empregatício com a empresa e atua como vendedor autônomo. “Nesse caso, ele apenas intermediou a negociação da empresa com o governo, apresentando o senhor Roberto Dias. Sobre a denúncia relatada por Dominguetti, de que o Ministério da Saúde teria solicitado uma ‘comissão’ para a aquisição das vacinas, a Davati afirma que não tem conhecimento”, acrescentou a empresa.
Covaxin
O nome de Roberto Dias também apareceu nos depoimentos dos irmãos Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e Luis Miranda (DEM-DF), deputado federal, mas em outro contexto, o que envolve suspeitas de irregularidades nas negociações de compra da Covaxin.
De acordo com os irmãos Miranda, Roberto Dias pressionou Luis Ricardo para agilizar a aquisição de 20 milhões de doses da Covaxin, vacina contra a Covid-19 produzida por um laboratório na Índia.
A negociação bilionária é alvo de investigações da CPI, do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do TCU (Tribunal de Contas da União). O contrato foi suspenso na semana passada em razão dos indícios de irregularidades.
Produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, a Covaxin é a vacina mais cara negociada pelo governo federal até agora: R$ 80,70 por dose. A celeridade no processo e a presença de uma empresa intermediária, a Precisa Medicamentos, também lançam suspeitas sobre as tratativas.
Em depoimento nesta terça-feira (06), a servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Oliveira, responsável pela fiscalização do contrato da Covaxin, também citou Roberto Ferreira Dias.
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