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Política CPI: reverendo chora, fala em “doação” da Davati e diz “não se lembrar” de reuniões, pessoas, fotos e mensagens

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Em depoimento confuso, Amilton Gomes não explicou como conseguiu se reunir com funcionários do Ministério da Saúde. Senadores o acusaram de "estelionato".

Foto: Pedro França/Agência Senado
Em depoimento confuso, Amilton Gomes não explicou como conseguiu se reunir com funcionários do Ministério da Saúde. Senadores o acusaram de "estelionato". (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O reverendo Amilton Gomes de Paula prestou um confuso depoimento nesta sexta-feira (3), durante sete horas, à CPI da Covid no Senado. Por mais de 20 vezes, ao ser questionado, ele disse não se lembrar de reuniões, mensagens e fotos registradas há poucos meses, no primeiro semestre deste ano.

Ao longo do depoimento, Amilton Gomes chorou, disse que a instituição comandada por ele tinha “interesse humanitário” na negociação de vacinas e confirmou que a entidade receberia doações, caso o governo federal fechasse negócio com a Davati Medical Supply para a compra de imunizantes.

Senadores classificaram o depoimento de “conversa fiada”, disseram que o reverendo tinha interesses financeiros, afirmaram que ele mentiu à CPI e o chamaram de “estelionatário”.

Em vários momentos, os membros da CPI questionaram se o reverendo estava tentando proteger alguém no depoimento, mas Amilton não respondeu.

Amilton Gomes é fundador de uma entidade privada chamada Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários). O reverendo é considerado uma peça-chave na investigação da CPI, que tenta esclarecer como o governo brasileiro negociou a aquisição de imunizantes por meio de intermediários.

Amilton Gomes participou de negociação para uma suposta venda de 400 milhões de doses da AstraZeneca, em um momento de escassez de doses de imunizantes em todo o mundo. Até agora, nenhum dos envolvidos provou ter acesso real às doses – o laboratório diz que não negocia com intermediários.

O reverendo e a entidade que fundou, a Senah, receberam aval do então diretor de Imunização do Ministério da Saúde Laurício Monteiro Cruz para negociar a vacina AstraZeneca em nome do governo com a empresa americana Davati Medical Supply.

“Não me lembro”

Durante o depoimento, o reverendo disse mais de 20 vezes não se lembrar de determinadas situações que foram tema de perguntas de senadores.

Entre outros fatos, ele disse não se recordar:

das pessoas que participaram com ele de uma reunião no Ministério da Saúde;
do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias;
de ter tirado fotos com integrantes do governo;
de mensagens trocadas com o policial militar Luiz Paulo Dominghetti.

Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil, afirmou à CPI que se reuniu com Dominghetti, com o ex-número 2 do Ministério da Saúde Élcio Franco e com o reverendo.

Reverendo chora

As repostas evasivas de Amilton Gomes de Paula irritaram alguns senadores. Ele foi acusado de mentir ao colegiado e até foi chamado de “estelionatário” durante a sessão.

Amilton Gomes de Paula, então, chorou perante a comissão e se disse arrependido de ter “estado nessa operação de vacinas”.

“Eu creio que o maior erro que fiz foi abrir as portas da minha casa aqui em Brasília. Eu abri a porta da minha casa num momento que eu estava enfrentando a perda de um ente querido da minha família. E eu queria vacina para o Brasil [chora]. Eu me sinto. Eu tenho culpa sim. Eu hoje de madrugada, antes de vir pra cá, eu dobrei os meus joelhos, orei, e aí peço desculpa ao Brasil. E o que eu cometi não agradou, primeiramente, aos olhos de Deus. Mas eu estou aqui, para voltar e dizer […]. Foi um erro que, se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria”, afirmou o reverendo.

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