Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2021
A televisão, o computador e o celular chegaram à vida de quase todo mundo e parece que não conseguimos mais viver sem essas telas. Na pandemia, a exposição a telas se intensificou, porque as pessoas tiveram que permanecer mais tempo em casa, inclusive trabalhando e estudando.
Em alguns casos, o lazer, que antes era na escola, na pracinha ou no clube, passou a ser dentro de casa. No entanto, esse lazer se reduziu a atividades lúdicas no computador, no celular, na televisão – ou até mesmo, a atividades nada lúdicas.
A “pandemia” do uso de telas
As crianças e os adolescentes não se veem fazendo mais nada sem o auxílio de um celular ou com o celular por perto. No entanto, os estudos indicam que o excesso de exposição às telas, entre outras coisas, pode causar e intensificar sintomas de ansiedade e de depressão. Segundo Henrique Souza, psicólogo e cofundador da Eurekka, é urgente que se criem alternativas de bloqueio do uso excessivo dessas telas.
A dica principal é não ficar no automático, ou seja, você pega o celular por causa de uma notificação sem ao menos verificar se é urgente e, a partir de uma única olhada, você se vê rolando a tela sem necessidade nenhuma.
No caso da televisão, evite ligá-la apenas para ter barulho dentro de casa e selecione a programação a que a família assistirá. Ele ainda acrescenta que as telas coloridas com muito movimento atiçam o cérebro e impedem que a pessoa relaxe.
Como o excesso do uso de telas prejudica o seu filho?
Não há nada de errado com as telas do telefone, nem do computador e nem da televisão; o problema é a maneira como os usamos, afinal, como qualquer ferramenta, essas devem ser usadas com sabedoria e a nosso favor.
Em tempos de isolamento, esses equipamentos são nossos aliados e facilitaram muito o acesso de pais e filhos ao trabalho e ao estudo. No entanto, a palavra-chave é equilíbrio, que se alcança através do estabelecimento de regras, adaptação das atividades que os filhos faziam antes e muita conversa.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta para problemas provocados pela intoxicação digital, que vão desde: Irritabilidade; Ansiedade e depressão; Questões físicas, como problemas posturais e musculares devido ao sedentarismo; Problemas de visão e de audição; Questões sociais, como o cyberbullying, exposição à sexualidade precoce e abusos.
Por isso, ignorar que seu filho está passando o dia todo olhando para uma tela e deixando de interagir com o mundo real é um erro. Você precisa de informações concretas para amenizar os impactos das telas na sua vida e na vida de seus filhos.
Vida familiar x Tempo de uso de telas
As telas não invadiram as nossas casas só por causa da pandemia, afinal, a televisão chegou ao Brasil em 1950 e mudou drasticamente a vida das pessoas. Em seguida, os computadores passaram a fazer parte da nossa rotina e, por fim, na década de 80, os celulares surgiram com o intuito de facilitar a comunicação telefônica.
O que acontece é que, na pandemia, as telas tornaram-se instrumento de trabalho, estudo e lazer. E é aí que está o problema, porque não estávamos preparados para que tudo isso acontecesse no espaço reduzido de nossas casas – com várias pessoas usando ao mesmo tempo e sem a opção de sair, ver os amigos ou almoçar com os colegas de trabalho.
E, no caso das crianças e adolescentes, o que antes deveria facilitar a comunicação, agora virou um substituto de momentos de interação real. De fato, conversar com os amigos no celular é muito mais interessante que ouvir os pais, ajudar com as tarefas da casa ou ler um livro.
Mas essa desconexão com a realidade prejudica como um todo o desenvolvimento dos seus filhos ao impedir que eles lidem com a rotina, os problemas e as frustrações de um mundo que eles não podem “pausar” com um clique.
Como limitar o uso de telas dos jovens?
Não existe milagre e o jeito mais prático de limitar o tempo de tela dos jovens é combinando com eles algumas regras. Mas não dê uma de governante autoritário, os seus filhos merecem saber o porquê das suas decisões.
Então, quando for conversar, apresente argumentos bem concretos do tipo: “Sua postura ficará prejudicada e você sentirá dor”; “Você precisa tomar sol”; “Você terá problemas com a sua visão”.
Outra maneira é sugerir aos filhos atividades que não envolvam as telas e não permitir que, no horário das refeições, celulares, televisores e computadores estejam presentes. Faça um esforço e cobre isso de todos à mesa.
Por último, garanta que seu filho adolescente não fique conectado no horário que deveria estar dormindo, pois o sono é fundamental para a saúde.
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