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Brasil Criticado dentro e fora do Itamaraty, o novo ministro das Relações Exteriores disse que ninguém quer substituir uma ideologia por outra

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Um aviso no topo da página do blog do futuro ministro informa que todas as opiniões ali expressas são da "inteira responsabilidade" de Araújo. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Dias depois de ser anunciado como o futuro ministro das Relações Exteriores do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o embaixador Ernesto Araújo usou o mesmo blog em que publicou textos que lhe renderam críticas dentro e fora do Itamaraty para rebatê-las de forma indireta.

Intitulado “Ideologia não, ideias sim”, o texto diz que as palavras são “duas coisas diferentes”. “Uma ideologia é um sistema de manipulação do pensamento e das ideias em função de um objetivo de poder”, publicou Araújo no fim da noite de sexta-feira (16) no “Metapolítica 17” — número de urna de Bolsonaro.

O presidente eleito defende uma política externa “sem viés ideológico”. O futuro chanceler, por sua vez, defendeu que não se pode “confundir as coisas”: “Não podemos decretar o fim do pensamento ao estabelecer o fim da ideologia”.

Na opinião de Araújo, a ideologia não pode ser substituída “pelo vazio, pelo mecanicismo, pela tautologia [repetição desnecessária de uma mesma ideia], pela superficialidade”. “Para vencer a ideologia há que voltar a pensar, e não deixar de pensar, sob a desculpa de que qualquer pensamento é ideológico”, escreveu o embaixador.

Ele concluiu a publicação dizendo que “um saudável pragmatismo deve substituir a ideologia”. “Ser pragmático não significa não ter alma. Ser pragmático não significa não ter coração. Ser pragmático significa estudar a realidade a partir do que somos e buscar os melhores caminhos para o que queremos ser.”

Antipetista e “contra o globalismo”  — subtítulo do seu blog –, Araújo aproveitou para renovar os ataques ao partido que governou o País de 2003 a 2016, sem citar o PT nominalmente. “Os brasileiros nos revoltamos contra a ideologia que nos dominou, aberta ou insidiosamente, por muito tempo, sob a forma do marxismo escancarado ou mais frequentemente do globalismo com suas várias vertentes”, afirmou.

“Agora, essa ideologia tenta metamorfosear-se para seguir dominando. Uma perigosa metamorfose ocorreria se, em nome do fim da ideologia, nos submetêssemos à proibição de pensar e de ter ideias”, complementou.

Um aviso no topo da página do blog informa que todas as opiniões ali expressas são da “inteira responsabilidade” de Araújo, “não coincidindo necessariamente com as posições do órgão público cujos quadros o autor integra nem de qualquer órgão do governo brasileiro”.

Ideias x ideologia

No entendimento do futuro chanceler, ideias são “a essência viva da mente humana” e “o resultado dinâmico do processamento da realidade pelo intelecto e pelo sentimento”.

Já a ideologia instaura, segundo Araújo, “uma cisão entre a realidade e os conceitos, arranca as ideias de seu enraizamento orgânico na realidade, e assim petrifica o pensamento para controlar as pessoas”.

“Ao repudiar a ideologia, é preciso ter cuidado para não deixarmos de ter ideias. O repúdio à ideologia deve significar a libertação das ideias, e não sua exterminação”, defendeu.

“Do contrário, faríamos exatamente o que a ideologia quer. Na ideologia as ideias estão lá, acorrentadas, magrinhas, esfomeadas, trabalhando como escravas para o sistema de dominação. Precisamos romper as correntes que assujeitam as ideias, trazê-las para fora e banhá-las novamente na realidade.”

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