Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2015
Ele se chama Bond, James Bond. É um espião britânico que salva o mundo enquanto seduz mulheres, dirige carrões, bebe martinis, cumpre missões impossíveis e mata vilões esquisitos que querem dominar o mundo. Mas para o ator Daniel Craig, essa missão está ficando cada vez mais difícil. Aos 47 anos e após estrelar quatro bons filmes da franquia do agente 007, Craig é avaliado por críticos, que questionam se ele não estaria velho demais para o papel.
“007 Contra Spectre” faz o possível para concluir o trabalho iniciado por Craig no ótimo “007 – Cassino Royale”, de 2006. Depois dessa estreia, vieram o mediano “007 – Quantum of Solace” (2008) e o arrasa-quarteirão “007 – Operação Skyfall” (2012). Após nove anos como Bond, o ator inglês tenta não se levar pelo tormento do personagem. “Busco viver da forma mais natural possível”, disse. Diferentemente do personagem no novo “007 Contra Spectre”, o ator não tem com o que se preocupar. “Tento ir às lojas sem ficar olhando para trás, achando que alguém vai me atacar”, brincou.
Em entrevistas não tão bem-humoradas, Craig chegou a afirmar que só faria outro filme da franquia 007 pelo dinheiro. “Prefiro cortar os pulsos a interpretar James Bond de novo”, disse. “Estou de saco cheio no momento. Tudo o que eu quero fazer é seguir em frente”, afirmou o astro.
Um dos problemas apontados por críticos de Craig seria manter o pique para as cenas de ação que um agente secreto com licença para matar exige. Craig tem contrato fechado com a Sony para mais um filme do espião, mas disse que não quer pensar sobre isso no momento. “Ainda não pensei sobre isso. Por pelo menos um ou dois anos, não quero pensar sobre isso.”
O primeiro filme da série, “007 Contra o Satânico Dr. No”, foi lançado em 1962, com Sean Connery no papel principal. Dali em diante foram 23 longas feitos pela Eon Productions, empresa que detém os direitos de Bond para o cinema (há outros três filmes realizados por outras companhias). Além de Connery, o agente foi interpretado por George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig.
“Daniel é um dos maiores Bonds que tivemos”, diz Michael G. Wilson, executivo da Eon e produtor dos filmes do 007 desde os anos 1980. “Ele sempre afirmou que daria tudo de si e conseguiu que o personagem se desenvolvesse a partir de seu primeiro trabalho, ‘Cassino Royale’, quando se torna 007 e ganha licença para matar.”
Os filmes de Craig são os mais lucrativos da franquia, com arrecadação média de 835 milhões de dólares. Questionado sobre possíveis substitutos, o astro não quis comentar muito. “Eu não dou a mínima. Boa sorte para eles.” Ele deu apenas uma recomendação, pouco sutil: “Que faça melhor, é só isso. Que não seja uma porcaria”.
“Spectre.”
Dirigido por Sam Mendes, “Spectre”, começa com uma epígrafe atípica: “Os mortos estão vivos”. A sentença anuncia algo complexo e sofisticado em termos narrativos: ao longo das duas horas e 28 minutos seguintes (é o filme mais longo de toda a série), Bond confrontará não somente inimigos concretos, mas também diferentes fantasmas de seu passado. Personagens que se foram – vilões, amigos, mulheres, familiares – compõem, assim, uma espécie de camada emocional, como uma trama psicológica paralela que se sobrepõe de forma sutil à ação propriamente dita. E não falta ação.